terça-feira, 16 de julho de 2013

O Ceará em Quinze Dias - 8º Trecho - Nova Jaguaribara a Canoa Quebrada

Depois de um bom café e uma última volta pela cidade e barragem do Castanhão, pegamos novamente a estrada, desta vez com destino a Canoa Quebrada, na manhã do dia 15/03, uma sexta feira.

O casal Júlio Augusto e Helena combinou de passar o fim de semana conosco em Canoa, e reservou apartamento na mesma pousada.

A viagem foi boa, sem sobressaltos. Tínhamos intenção de passar em Jaguaruana, terra das redes, para comprar algumas. Mas eu tinha uma razão particular...

É que, quando chegou a hora de alistar-me no exército para o serviço militar obrigatório, vi-me apavorado, pois não gostava (e nem gosto) de nada do estilo militar. Naquela época era difícil uma dispensa, e eu não tinha a quem recorrer. Diziam que quem não se alistasse, ou se apresentasse depois, era preso como desertor. Morria de medo, mas mesmo assim não tinha a menor intenção de servir ao exército. Foi então que um vizinho amigo meu, Márcio, deu a ideia de eu me alistar em Jaguaruana, pois a dispensa seria automática, já que no município não havia quartel onde servir. O pai dele era fazendeiro e comerciante na cidade na cidade, e tinha muitos contatos, daí...

Na base da doidice e última chance, fui a Jaguaruana com meu amigo, por nossa conta e risco. Saímos de Fortaleza de ônibus numa sexta à tarde para aproveitarmos o fim de semana lá. Chegamos à tardinha, e fomos direto para um bar que ficava na esquina da praça onde se localiza a prefeitura. A casa do avô dele, onde ficaríamos hospedados, era bem em frente ao botequim.

PRÉDIO ONDE ERA O BOTEQUIM É UMA FARMÁCIA ATUALMENTE

PRÉDIO BEM NA AVENIDA, EM FRENTE À FARMÁCIA: FOI AQUI QUE ME HOSPEDEI ,
À ÉPOCA UMA CASA ANTIGA

Tomamos todas ao som do mais recente lançamento do Roberto Carlos, que tocava sem parar na radiola. Lá pelas sete da noite lembramos do tal alistamento. Entrei em pânico! Deixamos nossas mochilas na casa do avô de Márcio, e fomos à casa de um funcionário da prefeitura de nome João da Paz. O homem nos atendeu com muita cortesia, caminhou conosco até a prefeitura, que ficava a cerca de uns trezentos ou quatrocentos metros, e abriu uma porta lateral do prédio. Lá dentro, formulários para assinar, digitais, retrato 3 x 4 e... Pronto, estava alistado e dispensado. Nem preciso contar como foi o fim de semana desses dois jovens marmanjos de cerca de dezessete anos...

PRÉDIO DA PREFEITURA COM PRAÇA DEFRONTE
(A ENTRADINHA PARA ALISTAMENTO ERA NA LATERAL DIREITA)

PROMOTORAS DE UMA OPERADORA DE TELEFONIA TRABALHANDO NA PRAÇA
Lembranças à parte, tínhamos duas opções de estrada para chegar a Canoa: voltar até  Boqueirão do Cesário e pegar a BR-304 até Aracati, neste caso perdendo a oportunidade de visitar Jaguaruana; ou seguir pela 263 estadual mantendo nosso propósito.

Na entrada de Russas nos informamos sobre as condições da estadual, e um comerciante, morador do lugar, garantiu o bom estado da rodovia, então, seguimos por ela.

Embora antiga, a estrada realmente estava em boas condições. Vencemos rapidamente a distância que nos separava da 116 à entrada de Itaiçaba, e seguimos em frente por cerca de mais dez quilômetros, chegando a Jaguaruana por volta das 12:30 horas. Tudo fechado, todos almoçando. Recebemos indicação de uma fábrica a visitar de um bebim que estava no mercado. Fomos orientados a irmos à casa do dono, que a mulher dele nos atenderia. Assim foi feito. A gentil senhora abriu a lojinha da fábrica para que olhássemos suas mercadorias. Estica daqui, espalha ali,  examina aquela outra; compramos o suficiente para lotar o carro de boas redes.

BEBIM NO MERCADO: BOA INDICAÇÃO LHE VALEU UMAS DOSES

Resolvemos almoçar mais tarde, já em Canoa, então, compras feitas, apontamos a proa do Kadett no rumo de Itaiçaba. Passamos ao largo da cidade, desembocando na BR-304, bem próximo ao Rio Jaguaribe. Estávamos ansiosos para ver o mar novamente.

Chegando à região de Aracati, relaxei, considerando-me em casa pela familiaridade que temos com o lugar. Mais um quilometro percorrido, pescoço esticado, vista ao longe em busca de uma réstia de mar, até que, enfim, avistamos novamente um pedaço dos nossos verdes mares. Faltava pouco.

Em Canoa achamos facilmente a pousada onde tínhamos reserva. Muito bem localizada e estruturada, agradecemos a dica do amigo Checo. Depois de acomodados, saímos para almoçar e dar um giro pela vila, relembrando outros tempos...

Mais tarde, já noite, Júlio e Helena chegaram, acomodando-se num apartamento ao lado do nosso. Um passeio pela Broadway, cervejas, histórias, boa comida. 

GORETTE NA BROADWAY

Quando menos esperamos encontramos os amigos Juarez&Cláudia, uma satisfação para todos. Juarez estava em Aracati a trabalho e, sabendo do nosso roteiro, resolveu arriscar encontrar-nos em Canoa. Deu certo! Resultado: o jantar foi ótimo!

JÚLIO AUGUSTO, JUAREZ, EU, GORETTE, CLÁUDIA E HELENA
Juarez e Cláudia partiram no sábado logo cedo. Nós fomos à praia com Júlio e Helena após o café. Muita cerveja e tira gosto. Compramos como souvenir as tradicionais garrafinhas com desenhos em areia colorida personalizadas na hora. Passeamos pela praia, brincamos com o pessoal do lugar, saboreamos variados tira gostos (nem quisemos almoçar depois). Foi um bom dia.


EU E GORETTE NO ÍCONE DE CANOA

ARTISTA LOCAL FAZENDO DESENHOS COM AREIA COLORIDA

VISTA DA FALÉSIA PELA PRAIA  

À noite, mais uma passeio na Broadway, mais cerveja, muito papo e um bom bacalhau no jantar. Depois, que dormida gostosa!

PORTAL DE ENTRADA DA BROADWAY

Júlio e Helena retornaram no domingo pela manhã. Ficamos. Mais praia, mais cerveja, uma dormidinha à tarde, um breve jantar, e estávamos de volta à pousada para descansar e arrumar as bagagens, pela última vez naqueles dias de férias.

O PINK ATACOU DE COM FORÇA NA PRAIA

CASINHA DE OUTROS TEMPOS PRESERVADA: SAUDADES...

LUA NOVA EM CANOA: TUDO A VER


Segunda de manhã, 18/03, estávamos novamente na estrada para cumprir nosso último trecho, retornando a Fortaleza, mas essa parte fica para a próxima...









Pedro Altino Farias, em 16/07/2013

2 comentários:

  1. Pedro, mais uma vez viajei com você passando por cidades do interior do Ceará, tudo em pensamento e em pensamento também jantei aquele bacalhau....

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  2. Pedrinho,

    Adorei a casinha rosa preservada e a lua nova.

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