Pedro Altino Farias, em 2020, ano da pandemia do coronavírus
Neste espaço veiculo crônicas e textos diversos com idéias e opinões pessoais sobre os mais variados assuntos do cotidiano. É uma maneira simples, direta e eficiente de chegar ao internauta, e também de receber comentários sobre o que escrevo sob a perspectiva do leitor. Democraticamente. Espero sua participação em breve!!
segunda-feira, 25 de maio de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
Ainda Bem...
Ainda bem que estamos perdendo entes amados e amigos do coração;
Ainda bem que estamos suprimidos de nossas liberdades individuais, isolados em nossas casas e apavorados com a pandemia e suas consequências;
Ainda bem que muitos perderam seus empregos, e outros perderão;
Ainda bem que, com o isolamento necessário, muitas empresas vão quebrar, muitos sonhos virarão pó, e muitas famílias restarão desfalcadas de alegria;
Ainda bem que não existe tratamento eficaz comprovado para combater esse vírus;
Ainda bem que o dia de amanhã é incerto, e o mês que vem também;
Ainda bem que toda essa desgraça veio para mostrar ao povo brasileiro que o Estado precisa ser grande, onipresente, dominador, controlador, e que, se assim fosse, essa pandemia seria só mais uma "gripezinha", e a crise econômica, uma "marolinha".
Ainda bem que quem disse isso foi a "alma mais honesta desse grande país", mais honesta do que eu, do que você que me lê, mais honesta do que seus pais, do que todos os professores do ensino fundamental, médio e universitário, do que todos os cientistas com suas pesquisas geniais, que todos os militares, enfim, um santo dentre 210 milhões de brasileiros.
AINDA BEM...
Pedro Altino Farias, em 21/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
sexta-feira, 22 de maio de 2020
MÁSCARAS E MASCARADOS
MÁSCARAS I
Na minha infância, anos 60, brincamos muito de bang-bang. Revólveres à cintura, era tiro para tudo que é lado. O bandido, com um lenço cobrindo o rosto, sempre levava a pior, tombando morto ao final do tiroteio. Esse era o combinado, nem sempre cumprido pelo fora da lei. Hoje tá difícil, não há mais armas para vender, e brincadeiras "violentas" só no videogame.
MÁSCARAS II
Início dos anos 60, nossa familia fez um passeio a uma pequena localidade, famosa na região por suas fontes de águas minerais puríssimas. Lá havia um balneário muito simples, com uma piscina de água corrente, que reservava um horário só para mulheres. Como papai não conhecia esse detalhe, fomos todos conhecer a casa. Chegamos exatamente no horário em que o mulherio estava bem à vontade, e foi um alvoroço danado, com jovens e senhoras correndo em busca de abrigo. O curioso é que a maioria escondeu o rosto ao invés de proteger as partes. Tem lógica, se não se sabe quem é, o resto pouco importa.
MÁSCARAS III
Uma verdadeira legião de super heróis povoa os sonhos de crianças e adolescentes desde os anos 50. Bemfeitores da humanidade, escondem-se atrás de uma máscara para preservar suas identidades e, assim, continuarem suas lutas contra o mal, e salvar o planeta das diaburas do vilão mais uma vez.
MÁSCARAS IV
Mais de 50 anos depois, a lógica daquele balneário dos anos 60 está cada vez mais em voga, com muita gente se exibindo na internet, ao vivo ou em fotos, em variadas e extravagantes performances sexuais, porém sem mostrar o rosto, ou com a identidade protegida por uma máscara, qual os heróis das estórias em quadrinho e aquelas mulheres do balneário.
MÁSCARAS V
Em longo de toda a história da humanidade, pessoas se escondem atrás de "máscaras" por mil e um motivos, desde uma simples timidez até para praticar uma sórdida traição, passando por um drible meio inocente, ou necessário, na sociedade e seus valores recheados de hipocresia.
MÁSCARAS VI
Hoje, a própria máscara é a heroína. No rosto de pessoas comuns, é a grande e decisiva arma contra a propagação do vírus que veio para mudar nossas vidas. Saúde a todos... E não esqueçam suas máscaras!
Pedro Altino Farias, em 21/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
terça-feira, 19 de maio de 2020
Roleta Russa
Faltando dois minutos para as três e meia da tarde do sábado, 09/05/2020, meu celular tocou. Do outro lado da linha estava o amigo Fabrício, que, com a voz embargada e sufocada, disse ser portador de uma má notícia. Tempos difíceis, naquela mísera fração de segundos pensei: Meu Deus, quem terá sido? E a insana, diabólica e fatal roleta russa começou a girar em minha cabeça, com a sua assustadora aleatoriedade de sempre. “Quem?”, perguntei-me novamente. Rostos e sorrisos projetaram-se para mim, ainda esperando que a notícia não fosse tão devastadora assim. Era. E a roleta parou no nosso amigo Haroldo.
Parei. Emudeci. Agora eu é quem teria que ser portador da notícia para a Gorette e outros amigos. Falei para um e outro, e preferi o silêncio. Apenas atendi a telefonemas de amigos incrédulos em busca da não confirmação do fato. Negativa que não pude dar. Infelizmente.
Com o coração um pouco mais sossegado, agora que estou quebrando o silêncio. Haroldo não era cor, era multicor. Não era bar, era multi bar. Não era música, era todas as músicas, não era amigo, era NOSSO AMIGO e amigo do mundo.
Quem diz que não existem espaços vazios, e que o cemitério está cheio de insubstituíveis, nunca teve um amigo de verdade. Nunca! Com certeza o lugar dele estará sempre vazio no Serpentina, Embaixada da Cachaça, Raimundo do Queijo, Flórida Bar e em todos os bares da vida, mas ele estará em todos, ao mesmo tempo, cantando e sorrindo para nós. Haroldo se foi, mas nós continuamos com ele!
Pedro Altino Farias, em 10/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
Manelzinho, O Garoto do Placar
Naqueles anos românticos, antes da automação eletrônica e do politicamente correto, era Manelzinho quem fazia a troca dos números de gols do Estádio Presidente Vargas durante os jogos nos anos 60, por isso ficou conhecido como “O Garoto do Placar”. Inimaginável hoje, não é mesmo?
Fora de campo, Manelzinho trabalhou no bar do Luis Picas, na Gentilândia, sucedendo a este na direção da casa, que passou a se chamar Bar do Ventura. O bar contava com um balcão de um lado a outro, com os frequentadores ocupando-o tanto por dentro, quanto por fora. Servia somente bebidas, e quem quisesse tira gosto que trouxesse de outro lugar.
Uma grande televisão na calçada, e outra na parte interna, garantiam futebol para todos. Na parte interna, uma insólita abreugrafia pendurada no teto fazia as vezes de defletor de luminosidade, impedindo que a lâmpada ocasionasse brilho na tela da TV (vejam última foto). Coisa de botequim.
Em março de 2016 Manelzinho optou pela aposentadoria e fechou o bar. Fim de uma era, de uma bela história. Mas ele continuou frequentando bares da Gentilândia na boa, curtindo as muitas amizades que fizera ao longo da vida com muita alegria.
Hoje Manelzinho não mais está entre nós. Foi chamado ao céu, onde encontrará os amigos que já foram, todos ansiosos pelas últimas notícias do nosso futebol. “E aí, Manelzinho, qual foi o placar?”.
Pedro Altino Farias, em 19/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
Foto 01: Fachada do Bar (foto arquivo PBV),
Foto 02: Manelzinho na frente do bar (foto arquivo PBV),
Foto 03: O Garoto do Placar (foto arquivo PBV),
Foto 04: A calçada do Bar do Ventura (foto arquivo PBV),
Foto 05: Manelzinho com Luís Picas (desconheço autoria),
Fotos 06, 07 e 08: O balcão do Ventura (fotos André Bezerra),
Foto 09: O exclusivo defletor de luminosidade do Manelzinho (foto exclusiva PBV)
Foto 10: Homenagem dos amigos a Manelzinho no GB (foto Mara Amélia),
domingo, 17 de maio de 2020
"Depois", cadê você?
Estamos todos aguentando o "Durante" esperando o "Depois", mas depois do "Durante" veio outro "Durante", e
mais outro e mais outro.
A expectativa sobre o "Depois" é grande.
- "Depois", quando você virá?
- Como você é?
- Será que seremos amigos?
- Mande notícias!
Pedro Altino Farias, em 16/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
Seu Nogueira, Um Vitorioso!
Sabendo das minhas andanças bar em bar, foi com orgulho que o amigo Sérgio Holanda me levou para conhecer o Vitória Bar, no Centro, em outubro de 2012. Chegando lá, apresentou-me ao Seu Nogueira, proprietário do estabelecimento, e ao Gildo, filho de Seu Nogueira e gerente da casa. Afeiçoei-me aos dois e à casa de imediato. Tempos depois, em 2015, levei lá o amigo Romeu Duarte, também legítimo amante de botequins, e ele teve a mesma reação.
No reservado, numa cadeira alta, à frente de uma antiga registradora, com um espelho da Colonial acima desta, parecia pilotar uma astronave, com todos os controles à mão e ampla visão daquele universo. O prazer em receber amigos em seu bar, novos e antigos, traduzia-se no sorriso franco e no bom papo.
Reputo o Vitória Bar como o mais antigo de Fortaleza, pois funciona há sessenta anos, no mesmo endereço, sob a mesma direção, sem nunca ter passado por uma reforma que o descaracterizasse. Obra de Seu Nogueira, continuada pelo Gildo.
Com a missão cumprida, uma linda família e muitas amizades conquistadas ao longo de seus mais de noventa anos, tenho certeza que Seu Nogueira partiu em paz, e que uma turma boa estará esperando por ele no melhor bar que há nos céus, porque a vida dele aqui na Terra foi uma VITÓRIA!
Pedro Altino Farias, em 17/05/2020, ano da pandemia do coronavírus
Fotos arquivo PBV
Fotos 1 e 2: Seu Nogueira no caixa, 2012;
Foto 3: Seu Nogueira, eu e Sérgio, 2012;
Foto 4: Gildo no balcão, 2012;
Foto 5: Seu Nogueira, Gildo Nogueira, eu e Romeu Duarte, 2015
domingo, 10 de maio de 2020
INSUPERÁVEL! - Dia das Mães 2020
És mãe, és insuperável!
És filho, és abençoado!
Mãe e filho, filho e mãe;
Vida que vai e volta...
E passa adiante com os filhos dos filhos e filhas,
E estas se transmutam em mães um dia.
Amor que vem e fica.
Divina lei natural de Deus.
Amas alguém? Pois que esse amor seja verdadeiro, mas...
Se tens mãe, tens o mundo inteiro aos teus pés!
Se és mãe, tua vida há que continuar para sempre
através dos teus filhos e filhas.
Tudo advém desse amor, desse milagre da vida criado por Deus.
E que assim seja.
Pedro Altino Farias, em 11/05/2017
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