quinta-feira, 26 de março de 2015

Pensamentos Autônomos


Coisa difícil é pensamento autônomo nos dia de hoje. As pessoas até que têm ideias, boas ou ruins, não importa. O problema é que elas não têm argumentação própria para sustentar seus pontos de vista, e recorrem a intelectuais, ruins ou bons, para justificarem suas posições.

Mas, ora, uma ideia ou opinião nada mais é que isso. Não há certo nem errado. Há, sim, óticas diferentes de avaliação. Se sua opinião coincide com a de alguém famoso, como Chico Buarque ou Niemeyer, ótimo, mas isso não a faz uma verdade absoluta, pois continua sendo apenas o que é: uma opinião.

As redes sociais, e a internet em geral, estão empestadas de “grandes pensadores”, que buscam ancoragem num ou noutro personagem de projeção para dar solidez à suas convicções. Ou simplesmente os repetem, tal qual papagaios ensinados, revelando toda a fragilidade intelectual predominante na atualidade.

Ao expor uma ideia publicamente devemos estar sempre prontos para críticas (que sejam construtivas) e opiniões contrárias, mas que sejam objetivas e próprias do contestador, e não tiradas de algum manual pronto com frases de algum ilustre.

Resumindo, é preciso coragem para tornar público o que se pensa. É não temer tornar-se vidraça, é despir-se, dar a cara a bofete, como ouvi de uma amiga certa vez. E depois continuar tudo outra vez. Essa é minha opinião.


Pedro Altino Farias, em 09/12/2012

ATENÇÃO:

os textos deste blog estão protegidos pela lei nº 9.610 de 19/02/1998. Não copie, reproduza ou publique sem mencionar os devidos créditos. 

Mais Uma Vez


Mais uma vez solidão.
Novamente fiquei para depois do amanhecer.
Mas, depois do amanhecer vou trabalhar,
E ficar sonhando... Quando, enfim, a noite será minha?


Pedro Altino Farias, em 24/01/2013

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quarta-feira, 25 de março de 2015

Manhã de Sábado


Cabeça ao travesseiro, a luz do Sol indicava que era hora. Não sentia fome, nem sede, nem frio, nem calor. Os ruídos da casa e da rua não incomodavam. Aliás, era como se nada existisse.

Precisava levar o carro à oficina, o filho para cortar o cabelo, compras de casa, uma rápida visita à mãe.

Os minutos passavam, as horas teimavam em avançar. Cabeça ao travesseiro, alheio ao mundo, insistia em não atender aos apelos da mulher para que saísse da cama.

Nem fome, nem sede, nem frio, nem calor. O silêncio se sobrepunha aos ruídos e vozes. Cabeça ao travesseiro, não havia energia sequer para mover-se de um lado para o outro. Era manhã de sábado. Quisera ele que fosse segunda.


Pedro Altino Farias, em 25/02/2015
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