|
PADRE CÍCERO ONIPRESENTE EM JUAZEIRO DO NORTE |
Chegamos a Juazeiro
do Norte no sábado, 10/03, por volta das 16:30 horas, depois de um dia de muitas
novidades, cansados e com fome. Cerveja gelada foi a primeira pedida na
recepção do hotel, depois foi que nos instalamos para um bom banho e
organização das malas, pois ficaríamos por lá mais quatro dias.
À Noite fomos ao Horto,
onde fica a estátua de Padre Cícero. Não foi uma boa escolha. Fomos pelo acesso
de calçamento de pedras toscas, a Ladeira do Horto, com muitas curvas e trechos
íngremes, numa área densamente ocupada por residências simples e pequenos
comércios.
|
VISTA NOTURNA DA ESTÁTUA DE PADRE CÍCERO |
Lá em cima, pouca
gente, nenhum atrativo ,excetuando a estátua de Padre Cícero. Descemos e fomos
comer uma boa picanha numa excelente churrascaria próxima ao hotel. Depois,
dormir.
Domingo saímos por
volta das 8:00 horas rumo a Caririaçu, município ao norte de Juazeiro, situado
em cima da serra. A calma do domingo fazia o lugar respirar nostalgia. Foi lá
que morou um tio avô meu, Anísio Farias, e sua irmã, Julita. Recordei uma vez que
estive lá quando garoto nem sei em que ano.
|
IGREJA MATRIZ |
|
INTERIOR DA MATRIZ |
|
SOMBRINHA GOSTOSA, COCEIRA NO PÉ TAMBÉM |
Na descida, na entrada de Juazeiro, uma placa chamou nossa atenção: "Galinha Caipira Cabidela". Hora do almoço, paramos. o lugar é simples; a cerveja, gelada; a galinha, excelente!! Recomendamos.
|
O KADETT EM FRENTE À CHURRASCARIA DO GUGU (VEJAM A LATADA COBERTA DE PLANTAS) |
|
ANTES: CABIDELA, PIRÃO, FAROFA E ARROZ/ |
|
DEPOIS: PRATOS LIMPOS |
Voltamos ao hotel
para um soninho à tarde. À noite, decepção! Saímos cheios de planos para tomarmos
umas e jantar, mas demos com restaurantes e bares fechados. Próximo ao hotel,
apenas a churrascaria que já havíamos ido e um restaurante de massas. Optamos pelo
segundo... Para nosso azar. Ambiente ótimo, preços desproporcionais, atendimento
precário. Aprendemos aonde não ir.
Na segunda pela
manhã o programa foi conhecer Juazeiro do Norte. De início, fomos novamente ao
Horto, onde reverenciamos o Padre Cícero ao pé de sua estátua e visitamos o museu a
ele dedicado. Além da capela dentro do memorial há uma igreja em construção ao lado. Ela pode ser vista bem de longe, lá de baixo, e, curiosos, fomos até lá dar uma olhada, mas não há muito o que ver.
|
CENTRO DE APOIO AO ROMEIRO NO INÍCIO DA SUBIDA AO HORTO |
|
VISTA DO MEMORIAL DE PADRE CÍCERO, NO HORTO |
|
CENA DE JANTAR COM PADRE CÍCERO E PERSONALIDADES |
|
PADRE CÍCERO COM A BEATA DO MILAGRE |
|
EX-VOTOS |
|
GORETTE NA ESTÁTUA |
|
VISTA DE JUAZEIRO DO NORTE DO HORTO |
|
IGREJA NOVA EM CONSTRUÇÃO |
Depois, descemos em
direção ao Centro. Caminhamos por suas ruas, ouvimos sua gente nas calçadas,
observamos o movimento. Fomos ao Mercado Municipal, à Galeria Mestre Nosa, e
rodamos a pé por todo lado.
|
GORETTE NO MERCADO |
|
SEU JOÃO: 82 ANOS AINDA NA ATIVA (OLHEM O RÁDIO) |
|
SURRÃO COM PIÕES DE MADEIRA COLORIDOS NUMA VENDA |
|
SINOS NUMA LOJA DE FERRAGENS |
O Mercado foi uma
decepção. Pouca coisa em couro, quase nada em madeira, muita bijuteria, bugigangas
importadas e bordados vindos de Fortaleza. Nada mais.
Na galeria Mestre Nosa
muitas esculturas de madeira e trabalhos em couro. Artesãos trabalham ao ar livre,
interagindo com os visitantes. Depois de olharmos tudo atentamente, adquirimos
de Mestre Gilberto uma imagem de Santa para presentear meu irmão Armando.
|
MESTRE GILBERTO TRABALHANDO NA GALERIA MESTRE NOSA |
|
GALERIA MESTRE NOSA: ARTESÃOS TRABALHANDO NO BARRACÃO |
|
GORETTE ENTRE MIL PEÇAS DE ARTESANATO |
Depois de um rápido
almoço no shopping, passei numa oficina para verificar a suspensão do Kadett,
que passou a apresentar um ruído após a subida ao Horto, pela estrada de pedra,
sendo necessário apenas um reaperto numa peça substituída antes da viagem.
Para encerrar a
tarde, percorremos algumas igrejas, o chamado “Circuito da Fé”: a Capela Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro (onde Padre Cícero está sepultado), a Salesiana, a
Basílica de Nossa Senhora das Dores. Demos uma parada também no Cruzeiro, outro
marco da cidade.
|
CAPELA DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO |
|
TÚMULO DE PADRE CÍCERO |
|
INTERIOR DA IGREJA SALESIANO |
|
O CRUZEIRO |
|
INTERIOR DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS DORES |
À noite jantamos,
regados por muita, muita cerveja gelada, uma boa carne noutro restaurante
próximo ao hotel. Papo bom, um balanço do dia, e uma prévia do que faríamos no
dia seguinte: Barbalha e Caldas com saída bem cedo.
Como o nosso hotel
se localizava na saída sul da cidade, exatamente no roteiro de Barbalha, logo
estávamos na estrada na manhã seguinte. Uma estradinha gostosamente
aconchegante, com muito sítios, pássaros e gado pastando sossegadamente.
|
A CAMINHO DE BARBALHA... |
|
A CAMINHO DE BARBALHA... |
Barbalha é uma cidade tranquila, onde as barulhentas motocicletas e o trânsito sem lei ainda não dominaram totalmente as ruas. Casario antigo, praças bem cuidadas, poder público presente na vida cultural, foi o que podemos observar nessa rápida passagem pelo local.
|
SIMPLICIDADE |
|
ANTIGO PREDIO COMERCIAL TRANSFORMADO EM APOIO AO ESTUDANTE |
|
ESSE FOI TRANSFORMADO EM BIBLIOTECA PUBLICA |
|
ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM |
|
ANTIGA CADEIA PÚBLICA - PRÉDIO EM RESTAURO |
|
UMA PAUSA PARA DESCANSO NA PRAÇA |
|
GORETTE EM FRENTE A UMA DAS IGREJAS DA CIDADE E... |
|
UM INESPERADO ÓRGÃO DE FOLE |
O dia seria longo.
Nosso objetivo final era Caldas, distrito de Barbalha, na Chapada do Araripe, que
é uma estância hidromineral, contando com vários hotéis de serra e pousadas em
suas proximidades, e um balneário, que pertence à prefeitura, no local onde
existem duas fontes de água mineral.
Nota: Segundo o Departamento Nacional de Produção mineral - DNPM, as águas destas fontes, Bom Jesus e João Coelho, se classificam da seguinte maneira: "Águas minerais naturais e hipo-termais, enquadradas em tipos de águas medicinais." As fontes se encontram a aproximadamente 760m de altitude e possuem uma vazão de, aproximadamente, 45m³/h. a temperatura da água está em torno de 26ºC e sua dureza em 0,028 g/l. O Balneário do Caldas é reconhecido pela lei estadual nº 3894 de 1957 como única estância termo-mineral do Ceará.
Para mim, estar ali
foi uma viagem no tempo, pois quando menino pequeno, nos anos 60, nossa família fez uma viagem de Rural de
Fortaleza até Crato. Nessa oportunidade fizemos um passeio a Caldas, e pude rememorar
aquela viagem que foi um verdadeiro rali. Para que se tenha uma ideia,
pernoitamos em Caldas, numa estalagem: papai, mamãe, quatro filhos e mais dois garotos amigos
nossos. Pela manhã, mamãe colocou sobre a mesa mantimentos que levava
na viagem: biscoitos, bolachas, e sei lá mais o que. Colocou, também, um pedaço
de queijo coalho. Foi então que a dona do estabelecimento pediu à mamãe em tom de súplica um pedaço do nosso queijo para que
pudesse atender a um pedido do outro único hóspede da casa.
|
PRÉDIO UM FUNCIONAVA A ESTALAGEM ONDE NOSSA FAMÍLIA HOSPEDOU-SE NOS ANOS 60 |
|
VISTA DA RUA A PARTIR DA ESTALEGEM |
Pois bem, conversei
por lá com os mais antigos, localizei onde era esse tal hotel, resgatei o nome
de sua proprietária, viajei demoradamente no tempo. Depois fomos ao balneário.
Paga-se pequena
taxa para entrar. O balneário compreende uma grande área, com quadras esportivas, bicas, piscinas
de água corrente, água parada, quiosques, vestiários e áreas para pic-nics. A população
local frequenta-o aos finais de semana, quando fica lotado.
|
PLACA COM INFORMAÇÕES |
|
ENTRADA DO BALNEÁRIO DE CALDAS |
|
VISTA DOS JARDINS |
|
CACHOEIRA |
|
PISCINA DE ÁGUA CORRENTE |
Como era uma terça
feira, tudo estava tranquilo. Tomamos banho nas fontes, depois nos instalamos
numa mesa, debaixo de boa sombra. Um quiosque de apoio supriu nossas
necessidades etílicas e gastronômicas. Conversamos, passeamos, rimos das coisas
da vida. Hora de voltar.
|
FONTE DE ÁGUA MINERAL: PEDRAS LIMPAS, ÁGUA CRISTALINA BROTANDO DO BURACO |
|
OUTRO BURACO: A VISTA ALCANÇA ATÉ CERCA DE SEIS METROS DE PROFUNDIDADE |
Recompostos, à
noite fomos ao Crato, jantar no Mirante, restaurante que fica no Granjeiro,
bairro da cidade em cima de uma pequena serra. Subimos até o clube, no final da
linha, para ter uma ideia do lugar. Depois descemos até a entrada do restaurante, dobramos
à direita, seguimos até o fim da rua e... Fechado! Decepção, pois o amigo
Messias, do Buraco do Reitor, havia-nos recomendado a casa com grandes elogios.
Plano “B” tirado da
manga, fomos para o “Ponto do Cupim”, um pouco mais abaixo. A pedida foi,
óbvio, cupim na brasa. A cerveja estava ótima, o papo também. Foi então que um
camarada que estava sozinho na mesa vizinha, morador do bairro, começou a puxar
assunto. Conversamos, ele lá, nós cá, enquanto tomávamos nossas cervejas. O
atendente se juntava ao grupo sempre que podia. Fortaleza, Crato, Juazeiro,
trabalho, carros, carros antigos... E tocou o celular dele. Era sua mulher, a
quem ele disse que logo estaria em casa. Nossa conversa continuou, o telefone
tocou novamente, e ele teve direito a prorrogação. Na terceira chamada,
desligou o fone e continuou o papo, embora o tivéssemos aconselhado a ir para
casa. No fim das saideiras, saiu completamente embriagado, e deve ter ouvido todas
e mais algumas. Ficamos por lá mais um pouco rindo da situação, ao mesmo tempo
torcendo para o coitado ter se saído bem. Um boa noite de sono se seguiu.
|
PLANO "B": PONTO DO CUPIM, NO GRANJEIRO, CRATO |
Na manhã seguinte,
último dia no Cariri, fomos ao Crato. Percorremos a Centro da cidade, fomos ao Hotel Crato, local onde nos hospedamos naquela viagem-aventura que já comentei,
perambulamos. Subimos a serra do Lameiro até o alto da chapada. Descemos e
fomos, agora de dia, ao Granjeiro. Entramos no clube de mesmo nome para
conhecer (estava fechado). Na volta fomos almoçar no Mirante, mas o danado
estava novamente fechado (abre somente a partir da quinta, soubemos depois).
Procuramos uma alternativa e ao fim da tarde estávamos no hotel.
|
COOPERATIVA DE CRÉDITO NO CENTRO DO CRATO: SEM COMPUTADORES |
|
FACHADO DO PRÉDIO DA COOPERATIVA |
|
FACHADA DA ANTIGO HOTEL CRATO |
|
ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM |
|
PLACA SEMINÁRIO DE SÃO JOSÉ |
|
FACHADA DO SEMINÁRIO DE SÃO JOSÉ, NO ALTO DA CIDADE |
À noite jantamos no Sirigado do Pedro, restaurante muito bonito, bem decorado, de comida excelente e atendimento nota 10. Assim fechamos com chave de ouro a etapa Cariri de nossa viagem.
Pedro Altino
Farias, em 02/07/2013
"As cidades vivem por meio de seus escritores, como eram, como foram um dia. [...] Para conhecer um local, conheça aqueles que escreveram sobre os lugares onde estiveram ou viveram". (MOTTA. A Vida dos livros, 2010, p. 38)
ResponderExcluirPedro, hoje também fiz esta viagem por meio dos comentários e fotos que você nos oferece e lembrei muito de Caldas, daqueles tempos...
ResponderExcluirParabéns jornalista fotógrafo.