Primeiro foi marido e mulher, violenta e abruptamente separados. Um num canto, outro noutro. Não demorou muito, minutos talvez, não se sabe ao certo, mas o fato é que aquela família foi sendo despedaçada aos poucos.
Os avós maternos, desavisados e alheios a tudo, foram isolados do restante da família. Dos paternos não se teve mais notícia, mas o cachorrinho de estimação, ah, coitado, foi degolado impie-dosamente.
Os dois garotinhos, irmãos carinhosamente abraçados, tiveram seus braços decepados, sendo assim apartados um do outro sem entenderem o porquê.
O arbusto em frente à casa, que dava uma boa sombra à tarde, foi ao chão, cortado em três ou quatro partes. O carro da família, novinho, totalmente destruído. Um desastre geral.
Coisas, objetos, mobília, entes queridos, todos envolvidos naquele furacão de destruição. Em pouco tempo, pedaços de tudo espalhados pelo chão da sala, efeito das tesouradas do caçula da casa a destruir o álbum de família, enquanto a mãe cantarolava na cozinha preparando o almoço.
Pedro Altino Farias, 16 de janeiro de 2015
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