Comentários retirados da postagem "Segura Coração", feita no perfil do Pelos Bares da Vida, em 20/04/2020, em meio à quarentena imposta pela pandemia do covid-19. um autêntica conversa de botequim.
Paulo Verlaine Toni Bala Sim, lembro
do violonista e cantor. Equipe boa: Paulo Henrique, César de Castro, Vidal
Santos, Elias de Oliveira Júnior (chefe do jornalismo), e muitos outros, sob o
comando de Geraldo Fontenele. Abraço.
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Bomfim
Feitosa No comando, o saudoso Vicente.
Na cozinha, Romulo e seus pratos.
Eu frequentei garoto e depois de adulto, pouco tempo, até a morte do Vicente. Meu pai era assíduo na Padaria. O pequeno grande Roberto Bomfim ( orelhinha).
Grato pela lembrança.
Eu frequentei garoto e depois de adulto, pouco tempo, até a morte do Vicente. Meu pai era assíduo na Padaria. O pequeno grande Roberto Bomfim ( orelhinha).
Grato pela lembrança.
Bomfim Feitosa Paulo Verlaine não
lembro, mas acho que foi em 1995. Logo depois do falecimento do Micié Vansan
(Vicente), acredito. Lembro disso, pois meu pai continuou a andar nas
adjacentes.
Bomfim Feitosa Paulo Verlaine O bom
era o bate papo no balcão e os saraus de música boa. Violões e voz, apenas.
Bomfim Feitosa Chegou a conhecer o Bomfim? Ele era das antigas, pois morava na época de garoto na Visconde
do Rio Branco. Ah! Adorava uma cachaça
Paulo
Verlaine Bomfim Feitosa Rômulo,
o gerente, comandava os tira-gostos: cuscuz com carne moída (sempre aos
domingos), galinha ao molho...e outros petiscos.
Bomfim Feitosa Paulo Verlaine sim.
Ah! É tinha umas gororobas... Show. E quando os amigos entravam na cozinha ele
ficava louco. E botava moral. Por isso que eu tenho um carinho pela Embaixada,
pois tem amigos, balcão, e boas estórias e histórias. Salve o bom amigo Altino
e senhora. Remetem um lugar único, que, ora só existe na Embaixada.
Paulo
Verlaine Bomfim Feitosa Clientela
variada: intelectuais, jornalistas, artistas, comerciantes, bancários, funcionários públicos, tudo reunido.
Paulo Verlaine Outros apenas
biriteiros. Turma boa.
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Romeu Duarte Trata-se do botequim mais
fidedigno, mais legítimo da história de Fortaleza. Daquele tipo no qual o dono
disputava com os clientes quem bebia mais. Freqüentei-o de 1984 até meados dos
anos de 1990. Sua arquitetura era um exemplo da tipologia de uso misto da
Fortaleza na passagem do século XIX para o XX. A mercearia estrategicamente
colocada na esquina da 25 de Março e a residência atrás, na Rua Pero Coelho. O
bar era composto por cinco ambientes: um salão fronteiriço, onde os fregueses
se amontoavam em torno do balcão, comandado pelo Vicente (também conhecido como
Vansan, Monsieur Vincent ou Monsieur Vincent de las Palmitas) e dos freezers;
uma minúscula cozinha, a que chamávamos "cozinha de avião", reino do
querido Rômulo, o factotum do bar; um WC de higiene ausente; um reservado (moda
nos bares da Fortaleza antiga), aonde tinham acesso somente os clientes mais
vetustos ou de maior prestígio, local dos jogos de baralho e dos muitos
encontros com amores clandestinos; e, por fim, mas não menos, um espaço que faz
falta hoje aos botequins desta cidade: sobre o depósito de caixas de cerveja e
cachaça, um jirau dotado de redes de tucum para aqueles que não agüentavam mais
de tanta cana ou para os desamparados a quem a entrada no lar havia sido
proibida. E os tira-gostos? Carne moída com cuscuz, galinha à cabidela com
baião de dois, panelada, além da generosa distribuição de frutas da estação. Os
freqüentadores, todos biriteiros de escol, tinham suas terças e meiotas acondicionadas
em "burrinhos", que nada mais eram do que garrafinhas de Guaraná
Antárctica com o nome do distinto aposto ao recipiente, escrito num
esparadrapo. Numa plaquinha situada próxima ao balcão lia-se: "Senhor,
dai-me forças para beber". Fiz grandes amizades lá: os irmãos Luciano e
Virgílio Maia, Elmar Arruda, Velé, Augusto Pontes, além de reencontrar meu caro
amigo Manoel Maia no recinto. Vai, saudade, vai torturar outro que ousa ter
memória nesta terra bárbara de tanto esquecimento...
Bomfim Feitosa Romeu Duarte Você
disse tudo meu bom amigo. É isso mesmo. Grande Rômulo e Vansan. Boas
recordações.
Paulo Verlaine Romeu Duarte Havia os
clientes que, depois de certo tempo, adquiriam o privilégio de ficar por dentro
do balcão e se autoservir. Conquistei essa honraria, depois de alguns meses, e
fiquei muito feliz: era sinal de que fui aprovado pelo dono.
Romeu Duarte E hoje é uma inofensiva
perfumaria...
Paulo Verlaine Romeu Duarte Nome
Padaria Espiritual foi escolhido pelo escultor cearense Zenon Barreto. Em
homeagem ao movimento literário Padaria Espiritual que pontificou em Fortaleza
no início do século XX. Muita gente incauta confunde as duas coisas - o
movimento literário e o bar - mas isso é outra história.
Paulo Verlaine Romeu Duarte Era o
jeito dele. Tinha fama de briguento, mas era gente boa, além de artista
notável. Sobre o nome, me contaram o seguinte: o Vicente havia acabado de botar
a mercearia naquele ponto. Como toda mercearia que se preza, tinha bebida para
vender. Zenon era um dos clientes pioneiros. Vicente viu que vender birita (e
beber) era bom e resolveu esquecer a mercearia e fazer dali um bar de fato e de
direito. Pediu ajuda do Zenon para escolha do nome. Aí surgiu Padaria
Espiritual, homenagem do Zenon ao movimento de poetas e escritores do início do
século XX.
Romeu Duarte Aos domingos, ia com meu
querido concunhado Henrique Baima,
a quem o Rômulo idolatrava, fazer a base na PE até umas 15 h para depois nos
dirigirmos à soirée do Bar do Aírton. Naquele tempo a gente bebia...
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Pelos Bares da Vida Se me permitem, vou condensar os comentários aqui expostos, com os devidos
créditos, claro, para publicação posterior nas mídias do Pelos Bares da Vida.
Romeu Duarte à vontade, à vontade.
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Robespierre
Amarante BAR
Uma palavra tão simples mas que engloba um universo. Neste mundão que é um bar, o solitário encontra acolhida e pode permanecer na sua solidão, escolhendo uma mesa de canto aonde só vai o garçom.
Aqueles para quem a vida é um eterno festim, ou que forçam assim parecer, existe aquela mesa da diretoria, e muitas das vezes, o balcão.
O balcão que pode ser dividido entre o alto e o baixo clero, igual ao do saudoso Bar Padaria Espiritual.
Os que o frequentaram sabem muito bem de que este divisor, se dava mais por voluntariedade, nada de superioridade, coisa que o boêmio abomina.
E igual a toda atividade em que o homem põe as patas, a "panelinha" procura seu espaço, que pode crescer em demasia e espantar os que dela não fazem parte.
Assim foi, assim será, e os que são da lida, compreendem, mesmo que não aceitem.
No bar derruba-se um presidente da República antes do próprio "impeachment", igual ocorreu na confraria etílica Padaria Espiritual.
No topo, acima de um portal, um quadro dominava.
O todo poderoso Collor de Mello ali posto por um eleitor incondicional, o saudoso Rômulo, olhava a nós todos como se fôssemos seus lacaios, e ai de quem imaginasse, tocá-lo.
Até que certa noite, lançado não se sabe de onde, um copo americano atingiu o quadro presidencial, e fez cair por terra o presidente com faixa e tudo.
Não amiudaram as investigações, para se evitar um mal maior, Rômulo com certeza arrancaria o fígado do "iconoclasta"!
Uma palavra tão simples mas que engloba um universo. Neste mundão que é um bar, o solitário encontra acolhida e pode permanecer na sua solidão, escolhendo uma mesa de canto aonde só vai o garçom.
Aqueles para quem a vida é um eterno festim, ou que forçam assim parecer, existe aquela mesa da diretoria, e muitas das vezes, o balcão.
O balcão que pode ser dividido entre o alto e o baixo clero, igual ao do saudoso Bar Padaria Espiritual.
Os que o frequentaram sabem muito bem de que este divisor, se dava mais por voluntariedade, nada de superioridade, coisa que o boêmio abomina.
E igual a toda atividade em que o homem põe as patas, a "panelinha" procura seu espaço, que pode crescer em demasia e espantar os que dela não fazem parte.
Assim foi, assim será, e os que são da lida, compreendem, mesmo que não aceitem.
No bar derruba-se um presidente da República antes do próprio "impeachment", igual ocorreu na confraria etílica Padaria Espiritual.
No topo, acima de um portal, um quadro dominava.
O todo poderoso Collor de Mello ali posto por um eleitor incondicional, o saudoso Rômulo, olhava a nós todos como se fôssemos seus lacaios, e ai de quem imaginasse, tocá-lo.
Até que certa noite, lançado não se sabe de onde, um copo americano atingiu o quadro presidencial, e fez cair por terra o presidente com faixa e tudo.
Não amiudaram as investigações, para se evitar um mal maior, Rômulo com certeza arrancaria o fígado do "iconoclasta"!
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Mauricao Lima Não era habitué, mas cheguei a frequentar algumas vezes.
Amizades adiadas por 20 e poucos anos.
Amizades adiadas por 20 e poucos anos.
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Martiniano Neto Não conheci, após deixar o Ceará em 1954, retornando em 1972 após meu
casamento, não conhecia ninguém em Fortaleza que curtisse esse ambiente e o
prazer de sorver algum golinho inocente.
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Dorian Sampaio No tempo que editava o Anuário do Ceará com o Dorian pai frequentei o bar
do Vicente para "pastorar" a Audifax, na época um bom copo, para não
atrasar a programação visual do livro sob sua responsabilidade. Como ninguém é
de ferro, muitas vezes saía de lá mais melado que o "pastorado".
Romeu Duarte Audifax foi outro que
conheci na PE.
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Sebastião Matias De Carvalho Neto Prédio pomposo, um clássico
quando bares atendiam por mercearia Paulo Verlaine
Paulo Verlaine Sebastião Matias De Carvalho Neto Sim,
começou como mercearia, mas depois, com o mesmo dono (Vicente) virou bar
consagrado. Eu comecei a frequentá-lo em 1990 quando já era bar famoso. Cliente
tardio, mas assíduo. Fechou em 1995, se não me engano. O Vicente bebia mais do
que os clientes. Rs.
Paulo Verlaine Sebastião Matias De Carvalho Neto Uma
vez uma senhora, que viu nome Padaria na fachada, chegou lá e perguntou se
tinha pão. Respondemos: "Só em forma líquida".
Marcelo Augusto Saldanha Estive várias vezes com esse pessoal. Grande Vicente a Palitim o Romeo o
profeta. Tempo bom do boi ralado
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Pelos Bares da Vida Comentário do amigo Fernando Fernando Peixoto Melo Melo em postagem no Facebook:
Por lá passei 2 vezes em 1986, acho, levado por colega de mestrado que fazíamos na Faculdade de Direito da UFC. Morava no Crato, como professor da UECE e Auditor Fisca do Trabalho, pra onde voltava quinzenalmente em funcao do deslocamento provisório face ao pós graduação. Nao conhecia nenhum dos amigos que tenho hoje, varios deles frequentadores do Bar-Confraria. Dos Maias passara a conhecer Napoleao Nunes Maia, que era professor no mestrado mas que nao fazia nenhum périplo "etílico-cultural" conforme se sabia. Somente a partir do meu retorno definitivo de Crato pra Fortaleza, em 1996, pasando a dar aula no Curso de Administracao de Empresas, é que vim conhecer, a partir do Clube dos Gatos, tantos deodatos levantadores de copos e taças. Dos Gatos foi um pulo para, depois de passar a frequentar Ideal Club, Cantina do Colegio, Dallas, Alpendre, Cantinho do Frango e outros, conhecer e bibiricar com Augusto Pontes, Luciano, Virgilio e Manoel Maia, Flavio Torres, Guilherme Neto, Ricardo Guilherme, Cláudio Pereira, Mônica Barroso, Fausto Nilo, Nilton Padilha, Airton Monte, Ivan Monte, Romeu Duarte e tantos e tantos outros. Hoje, o nosso melhor Quartel General é a Embaixada da Cachaça, onde tantos outras amizades já patenteiam o saudável convivio etilico-cultural!
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