quarta-feira, 1 de outubro de 2014

QUERO APENAS IR E VIR


Candidatos maquiados demoradamente, propostas de governo maquiadas na base do improviso. Francos atiradores contrapostos a péssimos defensores. Posições invertidas logo depois. Mídia comprometida à esquerda e à direita. Difícil mesmo ficar imparcial com tantos interesses em jogo, afinal, o objeto da disputa é o Brasil.

Educação em tempo integral, punição exemplar aos corruptos, transporte bilhete único, rede de saúde exemplar, manutenção e ampliação da rede de assistência governamental. São muitas emoções, mas pergunto: se os favoritos já estão aí há tempos, por que esse país maravilhoso ainda não é realidade?

Em meio a planos ambiciosamente irreais dos candidatos, desejo apenas o básico, e o direito de ir e vir, literalmente, é um deles. Poder caminhar pela rua, qualquer rua e não apenas nas regiões nobres das cidades, é aventura arriscada nos dias de hoje, assim como utilizar transporte público, sacar dinheiro no caixa eletrônico, estacionar o carro numa via pública, comprar jornal numa banca.

Diariamente vivemos situações absurdas, surreais, risíveis, patéticas. Estamos à mercê do banditismo e da mais reles malandragem sem poder de reação. As instituições responsáveis pela segurança estão imóveis. Quando agem em defesa do cidadão e do Estado são duramente criticadas como se vilãs fossem. Honestamente, nada mais entendo quando se chega ao ponto extremo de negar ao cidadão a legítima defesa e o direito à propriedade. Fato inegável, embora sejamos livres na poesia, não temos mais o direito de ir e vir na vida real.


Pedro Altino Farias, em 01/10/2014

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