quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

SIMBOLISMOS

A noite de ano novo é sempre especial. Despedimo-nos do ano que finda e, com esperanças renovadas, damos as boas vindas ao ano que se inicia. Família e amigos são partes essenciais desse contexto. Nesse ano de pandemia à solta, privamo-nos de estarmos com quem amamos, de conversarmos longamente sobre tudo: lembranças, saudades, dores, alegrias vividas, projetos futuros. É uma noite de simbolismo, por isso segue uma descrição do que eu procurei ter comigo naquela ocasião:

                                                                               

- Cabelos brancos e rugas: marcas do que vivi nos meus sessenta ainda incompletos.

- Barba por fazer: sem compromissos, sem preocupação com aparência, sem satisfações a dar.

- Camisa branca: paz, luz, clareza, serenidade.

- Aliança: na mão esquerda, uma aliança, que lá está há 38 anos. A original, fininha e de ouro, foi-me subtraída num assalto a algum tempo, sendo substituída por outra de inox. O que importa o material diante de tanto tempo de cumplicidade, amizade e amor, que teve como frutos dois filhos maravilhosos?

- Anel de formatura: na mão direita, meu anel de formatura em engenharia civil. Ele pertenceu ao meu pai, arquiteto Armando Farias, falecido em 1974, e essa é uma maneira de tê-lo comigo em momentos intimistas e especiais.

- Copo de cachaça: além de considerar a cachaça um patrimônio da cultura nacional, para mim ela é, quando consumida corretamente, um catalizador de coisas boas, uma espécie de cachimbo da paz. Em volta da cachaça surgem boas amizades, ideias fantásticas, poemas, melodias, momentos únicos.

- Calça jeans desbotada pelo uso: aqui fica uma referência, e reverência, aos anos 60 e 70 e tudo que eles significaram em termos sociais e culturais para os jovens de então. Foram duas décadas que mudaram o mundo, e eles ainda são muito presentes para mim. Difícil suportar todas as limitações, restrições e medos que os dias atuais nos impõe tendo vivido aquela época de ouro.

- Pés descalços: simplicidade, ligação direta com a mãe Terra. Se eu estou descalço, e você também, estamos ligados de alguma forma através dela.

Finalizando, desejo felicidades, saúde e sucesso a todos em 2021, que já despontou com imensos desafios a serem vencidos.

Pedro Altino Farias, em 07/01/2021, segundo ano da pandemia do coronavírus 


 

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