- Cabelos
brancos e rugas: marcas do que vivi nos meus sessenta ainda incompletos.
- Barba
por fazer: sem compromissos, sem preocupação com aparência, sem satisfações a
dar.
- Camisa branca: paz, luz, clareza,
serenidade.
- Aliança: na mão esquerda, uma
aliança, que lá está há 38 anos. A original, fininha e de ouro, foi-me
subtraída num assalto a algum tempo, sendo substituída por outra de inox. O que
importa o material diante de tanto tempo de cumplicidade, amizade e amor, que
teve como frutos dois filhos maravilhosos?
- Anel de formatura: na mão
direita, meu anel de formatura em engenharia civil. Ele pertenceu ao meu pai,
arquiteto Armando Farias, falecido em 1974, e essa é uma maneira de tê-lo
comigo em momentos intimistas e especiais.
- Copo de cachaça: além de considerar
a cachaça um patrimônio da cultura nacional, para mim ela é, quando consumida
corretamente, um catalizador de coisas boas, uma espécie de cachimbo da paz. Em
volta da cachaça surgem boas amizades, ideias fantásticas, poemas, melodias, momentos
únicos.
- Calça jeans desbotada pelo uso:
aqui fica uma referência, e reverência, aos anos 60 e 70 e tudo que eles
significaram em termos sociais e culturais para os jovens de então. Foram duas
décadas que mudaram o mundo, e eles ainda são muito presentes para mim. Difícil
suportar todas as limitações, restrições e medos que os dias atuais nos impõe
tendo vivido aquela época de ouro.
- Pés descalços: simplicidade, ligação
direta com a mãe Terra. Se eu estou descalço, e você também, estamos ligados de
alguma forma através dela.
Finalizando, desejo felicidades,
saúde e sucesso a todos em 2021, que já despontou com imensos desafios a serem
vencidos.
Pedro Altino Farias, em 07/01/2021, segundo ano da pandemia do coronavírus
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