sexta-feira, 10 de agosto de 2018

SE FOR PRA MIM, DIGA QUE FUI PRU VIETNÃ!


Domingo é Dia dos Pais. Devo passar o dia em casa com minha filha e meu filho, desejando, também, a presença de genro e nora. Sem falar na Gorette, minha mulher, amiga, companheira e filha mais velha (acho que a recíproca é verdadeira e, da mesma forma, ela me considera seu filho mais velho... hehehe). Fafá, minha cunhada irmã, sempre presente. Mais tarde, à noitinha, vou estar com minha querida mãe. O dia promete loooongoooo...

A saudade de meu pai já conta quarenta e quatro anos. É muito tempo... E quase nada, considerando-se a eternidade. As lembranças são bem presentes, apesar do tempo e dos meus irrisórios treze anos quando ele se foi.

Papai adorava trabalhar em casa, mas sozinho, em seu gabinete, e aborrecia-se quando o procuravam nesses momentos para tratar de assuntos profissionais. Telefonema na hora do almoço, então, ih... Ficava muito bravo mesmo. Começo dos anos 70, a guerra fria troando nos quatro cantos do mundo, quando o telefone tocava na hora do almoço papai esperava que um de nós fosse atender. Esperava que se tirasse o fone do gancho quando bradava em alto e bom som: “SE FOR PRA MIM, DIGA QUE FUI PRU VIETNÃ!”.

O que aprendi com ele nesse breve período ficou em mim sedimentado. Logo aos vinte e quatro anos foi minha vez de começar a viver essa fantástica experiência que é ser pai, e que vai perdurar por toda a minha vida e, quem sabe, além dela. Nesses onze anos, entre treze e vinte e quatro, conheci um pouco do mundo pelas minhas próprias pernas para, junto com os ensinamentos de meu pai e minha mãe, completar minha formação moral e ética.

Hoje, aos cinquenta e sete e meio, filhos criados e felizes (que venham os netos!), quero mais é sossego. E se domingo ligarem pra mim... DIGAM QUE EU FUI PRU VIETNÃ!

Pedro Altino Farias, em 07/08/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário