A semana passada começou
tranquilamente agitada, ou seja, o mesmo corre-corre das mesmas coisas. A segunda,
terça e quarta feiras foram bem parecidas. Na quinta, porém, tudo começou a tomar
ares diferentes.
Atualmente meu negócio é uma loja
especializada em cachaças e produtos regionais. Ao final da tarde fazemos um
gostoso happy hour com amigos. Às
quintas e sextas a brincadeira vai até mais tarde. As responsabilidades são
divididas com um sócio.
Pois bem, na quinta feira deixei
meu negócio nas mãos do sócio e fui a uma solenidade da Academia Cearense de Literatura
e Jornalismo, da qual sou membro fundador, acompanhado de minha mulher, Gorette,
e de minha mãe, a poetisa Concita Farias, também membro da Academia. O clima
num evento desses é sempre de alto astral. A melhor parte foram os encontros
com amigos e as conversas em compadrio. Essa academia é viva, verte amizade,
cordialidade e ideias. Foi uma noite agradável.
Na sexta, um black out na cidade no início da noite deixou todos apreensivos. Mais tarde, tudo normalizado, comemoramos os trinta
anos de minha filha, Ana Maria, que recebeu amigos e alguns familiares no meu
próprio barzinho. O genro, bastante descontraído, denunciava que ali se sentia
muito bem, como se em casa estivesse. Esse é o espírito da coisa. Trinta
anos... Já?
Na sexta à tardinha recebemos uma equipe de TV que foi à nossa loja fazer uma matéria sobre cachaças e bares que será exibida em circuito nacional. O pessoal da TV muito legal e a gravação transcorreu em clima de naturalidade e grande curtição.
No sábado estava de folga.
Aproveitei para circular em alguns bares até hora do almoço. Depois descansei
um pouco e por volta das 16:30 horas estava de saída com meu filho, Altino José,
para um encontro de carros antigos a bordo do Opala 1978 da família. Lá, amigos
e papos sobre carros e tal. Novamente o alto astral presente e muitas ideias. É
sempre bom encontrar essa turma.
À noite, pegamos a estrada para
Pacajus, que fica a 60km de Fortaleza, para ir a uma festa dos amigos de
adolescência de Gorette. Festa boa, música anos 70/80, uísque e novamente bons
papos e alto astral. Chegamos em casa com o Sol nascendo. Foi uma noite muito
legal.
No domingo pela manhã, uma
passada no bar de sempre. À tarde preparei um prato para levar à casa de mamãe,
onde a família comemoraria o aniversário da Aninha. Mais uma ocasião de
encontros e boas conversas. E parece que a carne que levei contou com a
aprovação de todos. Amém!
Depois de tudo isso, silêncio, uma música suave, uma vela, carinhos e sussurros...
O resumo desta semana mostra uma
diversidade de relacionamentos e situações, tanto em relação a pessoas em si, quanto em
relação ao que as une: literatura, pensamento político, amizade, amor familiar,
paixão por carros antigos, amigos de bar. Universos distintos, todos em
ebulição num mesmo caldeirão.
Gosto de permear entre uma coisa
e outra. A mesmice me incomoda. O mesmo tom de cinza aborrece e enjoa. Assim,
num momento penso na restauração do meu Fusquinha, noutro fico comovido com os
trinta anos de minha filha, encontro tempo para estar com o povo dos bares,
curto estar em família e a alegria de minha mulher voltando à adolescência, troco ideias com meu filho, exercito meu pensamento
com o pessoal das letras...
Vários furacões, muita lava e calor. Tudo muito
incandescente e repleto de emoções, porque a vida não é vida apenas porque se vive!
Pedro Altino Farias, em 02/12-2015
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