segunda-feira, 4 de maio de 2015

TENSO!


Tarde de domingo, pleno carnaval, resolveu voltar para Fortaleza, distante cento e quarenta quilômetros de sua casa de praia. Estava tudo bem, com filhos e parentes curtindo a temporada de Momo à beira mar, mas como sua mulher não pode estar presente, ficou tudo meio sem graça. Por isso decidira voltar.

Bebera um pouco durante o dia, e tinha o receio de que uma blitz o penalizasse após o temido bafômetro acusar os mais tênues traços de álcool em seu sangue. E as informações eram de que pelos menos duas barreiras da Polícia Rodoviária se interpunham entre ele e seu destino.

Assim, viajou tenso, à baixa velocidade e atenção redobrada, embora tivesse feito contato com um amigo oficial da polícia que o tranquilizara: “Se lhe pararem numa blitz, não faça nada antes de ligar para mim!”.

Completamente sóbrio, talvez tecnicamente embriagado, escapou da primeira blitz... E da segunda também, quilômetros adiante. Mas ninguém gosta de dirigir naquele horário de seis da tarde. E é péssimo mesmo. Por isso nosso amigo continuava tenso, muito tenso. E ainda preocupado com a possibilidade de ser surpreendido por mais uma blitz.

Já próximo do destino, contornou uma grande rotatória devagar, tomou a saída correta e, de repente, uma vaca à sua frente, bem na margem da estrada, dando a impressão de que atravessaria a pista incontinente. Fechou os olhos e freou forte. “Vou bater!”, pensou num relâmpago. 

Veículo imóvel no meio da estrada, o suor frio escorrendo por suas têmporas, foi abrindo os olhos devagar. Observou em volta buscando o atrevido animal quando, enfim, se deu conta de que se tratava apenas da reprodução de uma vaca em tamanho natural posta defronte de uma modesta churrascaria como chamariz. Sóbrio, é? Eu sei...


Altino Farias, em 28/04/2015
ATENÇÃO:
os textos deste blog estão protegidos pela lei nº 9.610 de 19/02/1998. Não copie, reproduza ou publique sem mencionar os devidos créditos. 

Um comentário:

  1. kkkkkk!! Dessas já passei também amigo Altino, só que o bicho era realmente verdadeiro. Não uma vaca e sim uma carroça novinha de madeira pinho com o burrico todo lavado e cheiroso. Parei mais na frente, o carroceiro encostou atrás no acostamento. Desci,perguntei para onde ele ia com aquela raridade, e disse-me ele: Estou indo entregar esta carroça ao dono que me comprou. Aí perguntei a ele se sabia dirigir...o mesmo de pronto tirou do bolso enrolado nuns papéis alguns documentos e me mostrou a sua carta. Logo de pronto perguntei se ele seria capaz de trocar aquela carroça no meu carro até a meia noite daquele dia...ele pensou, pensou...logo o filho pequeno ao seu lado sentado bradou! Por favor Pai vamo andar neste carrão. Era Um Escort Race XR3 2.0 que Eu tinha...novinho. O Carroceiro pulou da carroça, olhou pra mim e para a Malú minha esposa, e pro Geraldo e Vânia e nos disse: Ok!! meu amigo, mas se o senhor não estiver na praça da matriz em frente a igreja de Quixadá a meia meia noite, Eu juro que te acho nesta cidade de Rachel de Queiroz...rsrsr pimpa!!! lá vamos nós todos de carroça há uns 10km para chegar em Quixadá, para o quixadáfolia...felizes e olhando meu carro desaparecer na noite...rsrsr. Depois de tanta folia em cima desta linda carroça, lá estávamos nós num barzinho perto da rodoviária de Quixadá. Lá pelas 2 da madrugada, quando chega um cidadão batendo nas minhas costas...AMIGO!! Pelo amor de Deus cadê minha Carroça??!! caiu todo mundo na gargalhada...e perguntei...e pelo amor de deus cadê me Carro??!! Te procurei na cidade toda..e o cabra disse, seu carro está ali inatcto...kkkkk; e minha carroça??!! Tá ali amigo, parada no abrigo do ònibus Quixadá/Fortaleza....caimos todos na gargalhada...e a destroca foi feita. rsrs Desculpe amigo Altino, mas quando vi seu relato, de pronto me lembrei desta peripécia. Abraços.

    ResponderExcluir