Talvez seja mal
da idade, mas quero ser cada vez menos. O “menos” é saudável quando bem
aproveitado. Acredito que pessoas, querendo ser sempre mais, entram numa
roda-viva da qual se tornam escravas, e acabam por não saber se devem parar, como
ou quando.
O evento Facebook mostra bem esse efeito. Antes de termos essa amplitude virtual à
nossa disposição em tempo real, era difícil expor ideias e pensamentos para
todos. Hoje, até mesmo coisas de gosto pessoal e atividades íntimas do dia a
dia são publicados na net e ganham o mundo em segundos. Muitos querem mais.
Aparecer mais, expor-se mais. Parecer mais inteligentes.
Um cara dito
intelectual busca razões para embasar seus pensamentos nos filósofos antigos,
ou nos iluministas, ou nos revolucionários que fizeram surgir os tempos
modernos, ou mesmo numa música ou simples entrevista do Chico Buarque. Complicado, hein?
Por que não ser
menos, então? Por que não ter como suficiente seu próprio pensamento e convicções
baseadas em experiências e observações vivenciadas? É realmente preciso ter o “aval”
de um grande pensador para consolidar sua ideia? Então melhor parar de pensar e
ficar somente com que os “grandes” já pensaram e fim.
“Ah, mas o
problema é que os outros não aceitam essa simplicidade. Por isso é que se
precisa recorrer a alguém ‘maior’, seja lá quem for, para dar legitimidade ao
que se diz.”, poderiam me explicar.
O fato é que
hoje em dia é difícil alguém falar por si. A recorrência a um pensador anterior
famoso faz-se quase que necessário para que alguém exprima o que sente ou pensa
com segurança. Então, insisto, que não se pense mais, ora bolas!
Ser menos não é
ser menor. Ser menos é uma boa ideia! Meu objetivo atual é esse: ser cada vez
menos. Por paradoxal que possa parecer, o “pouco” abre nossa mente para o
saber, simplifica a vida e multiplica os prazeres que dela podemos extrair.
Simplesmente.
Pedro Altino
Farias , em 26/11/2012
Pedro,
ResponderExcluirConcordo com -ser menos, no sentido de expressar nossa opinião, nosso pensamento sem recorrer aos "grandes".
Quando fiz meu curso de pedagogia há muito tempo,um dia perguntei a um dos meus professores, quando eu vou poder dizer o que penso sobre educação? Pois até então só me era permitido falar sobre as opiniões dos "grandes".