Sob telhas de alumínio vejo o tempo passar, os dias correrem. Um após outro. Os ruídos e os odores deste ambiente me remetem à querida Barra Nova, praia singela e de uma beleza virginal. Esta referência à praia não se dá pela semelhança entre os dois lugares, mas exatamente pelo seu oposto. Às vezes me pergunto por que tudo “isso”, quando o que desejo na verdade é “aquilo”. Responsabilidades, eis a resposta.
Mesmo com tudo, hoje sou cem vezes mais irresponsável (ou menos responsável) que a vinte, trinta anos. Quando se chega aos cinqüenta, as coisas vão mudando de feição. O obrigatório torna-se opcional; o chato, nem tanto; o tempo, curto para certas coisas e longo em demasia para outras; o reprovável... Censurar pra que? Não há espaço para minúcias.
Vivo nessa luta do tempo contra o censo. Um dia... Quem sabe... Pego meu violão e saio por aí, bar em bar, de uma praia a outra, sumindo com o sol para ficar com a lua...
Pedro Altino Farias
altino.frs@gmail.com
Pedro, muita poesia em,"sumindo com o sol para ficar com a lua..." Desejo momentos poéticos para você.
ResponderExcluirConcita
Maturidade e experiência, por intermédio do isso, podemos chegar ao aquilo, ou melhor, uma hora o sol se põe e dá lugar ao luar.
ResponderExcluirAmigo Altino, não sei como você consegue, tendo um dia tão corrido, só sendo poeta mesmo para arranjar tempo.
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