domingo, 27 de abril de 2025

Fronteira - caminho com volta



Caminho na praia. O Sol me aquece da frieza das pessoas e da rotina diária insana em busca da sobrevivência. Como um motor alimentado por energia solar, quanto mais quente, mais rápido me movimento. Não, não há pressa, apenas uma meta hipotética a ser atingida. Se não for, não importa, porque, nessa ocasião, o tempo é meu, a meta é minha. O resto não faz diferença.

Antes de iniciar a caminhada, alongamentos. Dos músculos, da visão, dos pensamentos. Pés descalços pisando na areia, ora seca e quente, ora molhada e fria, estou conectado à Terra mãe, trocando energias diretamente com ela. 

Durante o trajeto, marmanjos tatuados, idosos passeando com seus cãezinhos, donzelas com glúteos bronzeados à mostra com suas metades separadas apenas por um fio, pessoas comuns tirando fotos bacanas num cenário idem. 

Os óculos escuros atenuam a claridade da manhã ao mesmo tempo que, providencialmente,  escondem o destino do meu olhar. Pensamentos vários fazem meu membro intumescer, então, procuro distração observando um parapente colorido no céu, um carrinho de picolé com seu sininho, o garotão com sua prancha a adentrar o mar agitado. E curto a sensação gostosa da brisa salgada a acalmar as rugas do meu rosto.

Atingi a meta! Hora de retornar. Cheguei à fronteira até aonde posso ir. Dali para frente o tempo não me pertence. Agora só o tempo da volta é meu, mas a vontade de seguir adiante, avançar no tempo proibido, é enorme. Paro e dou um rápido mergulho na água fria, que me teletransporta instantaneamente à velha realidade e penso: melhor voltar, senão não existirão mais fronteiras para mim.

Altino Farias, 10/04/25

 



sexta-feira, 4 de abril de 2025

Altinianas - O Antigo

Há que se superar a fase do velho, antiquado, imprestável, para ressurgir antigo, belo, desejado, respeitável... 
E carregado de muita e boas histórias.
Eu vi esse Chevrolet da janela do meu carro e fotografei para vocês.

Altino Farias, em 04/04/2025