segunda-feira, 22 de maio de 2017

Episódios de Chico Litro - resumo III


- Olhaqui, Chico Litro, eu trouxe um porquim pra gente provar.
- E é só pra provar, é? Arre égua!

*****

- Tu viu, Chico Litro, dizem que o Aécio é um grande "cheirador"...
- Apois esse tal de "Laécio" pode vim me cheirar agorinha se quiser... Tomei bãim onti. Tô aqui só o mí!

*****

Diante dos últimos acontecimentos, com Brasília em chamas, Chico Litro faz pronunciamento no Bar doToim:
- Não quero saber de Brasília. Todo isso me dá nojo! Prefiro ir a pé, pois sei que chego, do que depender d'um carro véi peganu fogo.

*****

- Chega, mininu, avisa lá à Santinha que o Chico Litro tá capotado aqui no bar.
- CARECE NÃO, TOIM, JÁ TÔ BONZIM!
- E tu num tava melado, homi?
- É, mas só em ouvir falar em Santinha eu fico bonzim...

*****

"Pessoas que não comem torresmo não são confiáveis".Chico Litro
(Colaboração Messias Bimbo Siqueira)

*****

- Chico Litro, se tú ganhá na loteria,tú vai fazer o quê?
-Contrato um cara pra sair comigo!
-Pra que Chico Litro?
-Pra tomar a primeira por mim! Oh bixo ruim é a primeira!
(Colaboração Assis Assisnildes)

*****

Chico Litro chegando em casa:
- Bebo de novo? De que é essa porra dessa garrafa aí debaixo do teu braço, hein, seu fí d'uma égua?
- É de vrido, Santinha... Hehehe...
- Splaschhh!
(Colaboração Assis Assisnildes)

*****

- Lai vem o Chico Litro do bar do Toim indo pra casa c'uma garrafa debaixo do braço.
- É, ele sempre levando trabalho pra casa...

*****

- Êita, tô cum soluço danado!
- Tu bebeu foi demais, Chico Litro! Tapa o nariz e prende a respiração que passa, homi.
- Égua! Tá cum raiva d'eu, Santinha? Assim eu faço é morrer.... Desse jeito o soluço possa mermo...



*****

- Chico Litro, quando foi teu primeiro porre?
- Ihhh... O primeiro eu num lembro, não, mas o último foi onti...

*****

- Rapaz, onti o cara tava aqui conversando e falou duma tal de "síndrome do pânico". Aí hoje de manhã, eu pensando, acho que tenho essa doença aí ó...
- Pur que, Chico Litro?
- Quando eu venho aqui pru bar do Toim, todo dia eu fico cum medo do bar tá fechado, aí depois qui tô tomando as minhas fico cum medo da Santinha aparecer de supetão, aí depois fico cum medo do Toim tê cortado meu fiado... Eu tô é doente mermo, viu?

*****

- Que cara de alegria é essa, homi?
- Hoje é sexta feira, Chico Litro!
- E daí?
- Dia de tomar umas e outras...!
- Marrapaz... E tem dia pra isso, é? Taí qui eu num sabia duma marmota dessa...

*****

Enquanto isso, no bar do Toim...
- Chico Litro, tu num disse pra Santinha qui ia na venda comprar verdura?
- Disse, pur que?
- Purque ela acabou de dobrar a esquina do seu Manel e tá vindo pra cá...
- Êita, se lasquei!

*****

- Chico Litro, meu fí tá cum quantos anos mermo?
- 45, minha tia!
- Vixe, mas meu fí tá é acabado...!

*****

- Chico Litro, com quantas doses de cana tu fica alto?
- Rapaz... Vou te dizer... Eu tenho é bebido, viu, mas continuo da merma altura de sempre...

*****

- Rapaz, vô acabá cum esse negócio de bebê de segunda a segunda... A Santinha tá reclamando que só a porra!
- E tu vai deixá de bebê é, Chico Litro?
- Não, vô bebê agora só a partir de quinta...
- Mas de quinta a quinta, Chico Litro, é a merma coisa, né não?
- É mermo, né? Nem tinha pensado nisso....

*****

- O Chico LItro num tinha deixado de fumar?
- Tinha, por que?
- Tava fumando que nem uma caipora ônti lá no bar do Toim... Era um cigarro atrás do outro...
- Mas ele deixou, sim... Só fuma quando bebe... Mas bebe, bebe, bebe e como bebe aquele mininu!!

*****

- Mais uma dose, Chico Litro?
- Ô pergunta besta! Claro!

*****

- Chico Litro se meteu na maior confusão onti, tá sabendo?
- Tô não ó... E aí?
- Rapaz, diz que ele foi no IML fazer o "exame de corpo de litro".
(Colaboração Rogerio Gonçalves Gonçalves)

*****

- Chico Litro, há quanto tempo! Conte as novidades!
- Deixei de bebê depois d'amanhã faz dois dias... Vamu comemorá?

*****

- Chico Litro, tu tem medo de avião ingual o Belquior?
- E eu lá tenho medo de porra de avião? Eu sou é macho, rapaz! Como é que tem medo se a coisa mais difícil do mundo é um bicho desse cair na minha cabeça, num tá vendo, não? E se vier caindo, eu corro... Perna serve pra isso mermo, sabianão?
- E se tu tiver melado, como é que corre?
- Sai pra lá, coisa ruim! Tu só pensa em desgraça fí duma égua!

*****

- Olhaí, Chico Litro, o pituzão (crustáceo) que eu ganhei do Osvaldim pra nóis tomar umas...
- Ihh...
- Que foi, homi, gosta de pitú não?
- Gosto, sim... Mas prum bichão desse, tô aqui pensando é no tamãim da dose...
(colaboração Roberto Costa Melo)

*****

- Ei Chico Litro, vamu lá na feira dos passarim comigo pra mim comprar um periquito...
- Vô lá nada, rapaz! Me chame prum negócio de futuro que eu vou... Que tal a gente ir lá no bar do Toim tomar umas?

*****

- Tá fazendo o que, Chico Litro?
- Uma poesia!
- Poesia, ai meu Deus, que coisa mais linda! Hahahahá! Diz aí que porra de poesia é essa que tu fez...
- É assim, ó...
"Quando eu era pequeno;
Mamãe disse que eu ia crescer;
E eu fui cresceno, cresceno;
Até que um dia comecei a beber!"
- Rapaz, ficou massa, ó!

*****

- Chico Litro, aquele feladaputa ali tá cismando com a gente... Vamu lá dá umas porrada nele agora mermo, vamu!?
- Peraí, macho véi... Agora que tô tomando a segunda lapada...

*****

- Ei, Chico Litro, tá tudo mundo pegando chicogunha...Tu num tá com medo de pegá também, não?
- Eu, não! Se um baitinga dum mosquito desse vier me morder, eu quero é cegar se ele num cai é duro na hora, bebim...!

*****

- Chico Litro, tu tem vontade de morar nos Estadusunido?
- De lá dá pra vim aqui pru bar do Toim a pé?
- Humm... Acho que num dá, não...
- Ah, então num queria, não, ó...



*****





NOTA DO AUTOR

Temos postado episódios de Chico Litro, personagem pitoresco e folclórico criado por mim,que aproveitei o apelido de um antigo colega de trabalho (mecânico).
Algumas poucas passagens são diálogos verídicos, ou tidos como tal, sendo a esmagadora maioria pura criação, portanto, qualquer semelhança como fatos reais é mera coincidência.
Vale ressaltar que a cachaça de alambique é hoje um produto nobre, cujo setor conta com pesados investimentos em tecnologia e qualidade, fazendo chegar ao consumidor cachaças bem elaborados, de qualidade superior e reconhecimento internacional.
Obviamente existem os rótulos de baixa qualidade, alguns até sem o devido registro nos órgãos competentes, produtos estes de baixo custo e de consumo mais popular. O comportamento de Chico Litro, de uma forma geral, é reprovável, embora enseje sorrisos discretos.

Altino Farias, em 23/05/2017




quarta-feira, 3 de maio de 2017

Episódios de Chico Litro - resumo II



- Chico Litro, tão dizendo que parece que a safra de caju vai ser boa...
- Vixe, doido!

*****

"A vontade de fazer xixi é o melhor despertador que existe! ". (Chico Litro)


 *****

Parodiando Che:
Hei de perder a sobriedade, mas o copo, jamais! (Chico Litro)
*****

- Ei, Toim, bota uma dose de zinebra aí pra mim!
- Zinebra, Chico Litro? Que novidade é essa, homi?
- Rapaz, a Santinha tá lá em casa cum cão nos couro, se eu chegar cum bafode birita tô é lascado, e zinebra num deixa bafo, entendeu? Vê se aprende, ô abestado!
- Tu é muito é frouxo!

*****

Rapaz, eu já ia até s'imbora, mas com essa chuva...
(Chico Litro ao sair do bar)

*****

- Chico Litro, qual a música qui tu gosta mais?
- Ah, é aquela qui diz assim... "É beber, cair e levantar". Rapaz, toda vez que escuto ela me emociono...

*****

- Rapaz, tão querendo mexer nos direitos do trabalhador... Qué qui tu acha disso, Chico Litro?
- Rapaz, graças a Deus nunca precisei desses tal desses direito...


*****

- Ei, Chico Litro, é tu que é tu?
- Homi, peraí, pergunta de novo... Mas vá devagar, viu?

*****

- Chico Litro, que ôi rôxo é esse, homi? Foi a Santinha?
- Rapaz, fresque não, ó!

*****

- Tá mais magro... Tá fazendo regime, Chico Litro?
- Rapaz, tava muito buchudo. Parei com a cerveja e tô só na cana agora.
- Tá mais magro mermo... Já perdeu quanto de peso?
- Rapaz, ligerim já emagreci mais de um LITRO!

*****

- Ô enjôo, ô ressaca maldita, ô sede da porra!
- Qué um copo d'água, Chico Litro?
- Rapaz, Toim... Me dê uma cerveja gelada mermo...

*****

- Chico Litro, tu tá sabendo da greve qui vai tê sexta feira?
- Tô, mas num tô nem aí...
- Mas Chico, vai fechar tudo, arriscado tê confusão na rua, e tu nem aí?
- O bar do Toim vai fechar também?
- Não.
- Então...


*****

- Chico Litro, afinal, tu é Ceará, Fortaleza ou Ferrim?
- Rapaz, eu só do time é da cachaça!

*****

- Hoje eu vô tomá só uma por causa do teste do bafômetro...
- Tu num tem nem carro, Chico Litro, pra quê se preocupá cum bafômetro, abestado?
- É que a Santinha disse pra mim bebê pouco hoje e avisou que quando eu chegá em casa ela vai ver se eu tô cum bafo de birita... 

A Santinha é osso!!
*****

- Chico Litro, tu viu que engarrafamento medonho?
- Engarrafamento? Quero ver! Onde é que é? A gente pode ir lá tomar umas?
- Tô falando é de engarrafamento de carro na avenida, abestado!
- Ah, é...? E eu lá quero saber de porra de carro, seu fi duma égua..

*****

- Chico Litro, tu parece aquele jogador... Clodoaldo.
- Jogo bem, né? Ainda bem que tu reconhece...
- Joga bem porra nenhuma! Tu BEBE é bem, ingual a ele!

*****

- Chico Litro, tu já viu assombração?
- Assombração, vi não, mas teve uns dia que tava sem bebê purque tava ruim do estômago e vi uns bicho esquisito subindo as parede, saindo de debaixo da cama... Rapaz, deu uns tremor, uma suadeira... Fiquei foi cum medo...


*****

- Chico Litro, como é que tu gosta mais de cachaça, cum limão ou cum refrigerante?
- No bucho!

*****

- Vamu ver quem é que conta a maior mentira, Chico Litro?
- Ah, tô a fim de brincar não... Tô sem beber hoje...
- Arriégua, ganhou de novo, né macho véi?

*****

Chico Litro:
- Ei, quando tu falar com o Toim, tu fala bem altão que ele é mei surdo, viu?
Visitante:
- Tá certo, Chico Litro, valeu!
- EI SEU TOIM, BOTA UMA CANA PRA MIM, VÁ LÁ!
Toim:
- VAI BERRAR NO PÉ DOSOVIDO DA TUA MÃE, SEU FÍ DE DUMA QUENGA!
Chico Litro:
- Hehehehe...

*****


NOTA DO AUTOR

Temos postado episódios de Chico Litro, personagem pitoresco e folclórico criado por mim,que aproveitei o apelido de um antigo colega de trabalho (mecânico).
Algumas poucas passagens são diálogos verídicos, ou tidos como tal, sendo a esmagadora maioria pura criação, portanto, qualquer semelhança como fatos reais é mera coincidência.
Vale ressaltar que a cachaça de alambique é hoje um produto nobre, cujo setor conta com pesados investimentos em tecnologia e qualidade, fazendo chegar ao consumidor cachaças bem elaborados, de qualidade superior e reconhecimento internacional.
Obviamente existem os rótulos de baixa qualidade, alguns até sem o devido registro nos órgãos competentes, produtos estes de baixo custo e de consumo mais popular. O comportamento de Chico Litro, de uma forma geral, é reprovável, embora enseje sorrisos discretos.


Altino Farias, em 14/04/2017



sexta-feira, 14 de abril de 2017

Episódios de Chico Litro - resumo I



- Rapaz, hoje tô meio assim, sem vontade de comer nada...
- E de beber, cê tá com vontade?
- VIXE!!

*****

- Ei, Chico Litro, tu qué um copo de leite morno antes de dormir?
- Praquié que serve isso?
- Ôxi, homi! Faz bem pra saúde!
- Carace não, minha bichinha, tô doente não, viu?

*****

- Meu fí, eu dou o que você quiser pra você parar de beber.
- O que eu quiser, mamãe?
- Meu fí, pra você se livrar dessa cachaça eu dou o que você quiser...
- Posso pedir, mamãe?
- Pode!
- Pois eu quero um violão! (Chico Litro quando adolescente)

*****

- Hoje é domingo, homi... Vê se faz alguma coisa que preste em casa.
- Tá bom, tá bom. Vai torrando um carazinho aí que vou ali na bodega pegar uma cachaça no fiado.

*****

- Rapaz, tô lendo um livro, ó...
- Tu, Chico? Lendo livro? Só sendo mermo... hahahaha... Que porra de livro é esse, macho véi?
- 10 dicas pra num tê ressaca.

*****

- Macho, tu viu como o Zezinho saiu melado do bar ontem?
- Ontem? Do bar? Que bar?
- Vixe,doido... Melado tava era tu!

*****

- Chico Litro, purquê tu num foi trabalhar ontem?
- O pineu da bicicreta furou em iencheu de pranta...

*****

- Chico Litro, a crise tá braba mermo... Purquié que tu num faz uma promessa pra arrumar um emprego?
- ARRIÉGUAMACHOVÉI, PENSEI QUE TU ERA MEU AMIGO!!

*****

- Chico Litro, vou lhe dar R$ 100,00. Deste valor, vou reservar R$ 5,00 para você comprar de pão. O resto pode gastar com cachaça.
- E pra quê que eu quero essa ruma de pão?

*****

- Chega Dona Santinha, Seu Chico caiu na calçada!
- Caiu não, esse fí d'uma égua fez foi capotar! Quando ele ficar bom ele se alevanta sozinho...
- Mas Dona Santinha, Seu Chico Litro caiu e quebrou a garrafa!
- Valha me Deusu! Chega, esse mininu, corre lá que o negócio é serio!!

*****

- Ei, Chico Litro, tu vai pru jogo amanhã?
- Vô não!
- Purque, homi?
- Por causa da Mulher.
- Ela não deixa, é?
- Deixar ela deixa, mas é que ela tá querendo ir também...

*****

- Chico Litro, bó jogar porrinha apostado?
- Bora!
- Quem perder tem que virar um copo de cachaça na risca, topa?
- Topo!
- Vamu, lá, diz aí Chico, quantos palitos...
- Humm, chovê... 354.945!

*****

- Vai tomar umas hoje, Chico Litro?
- Vô, mas hoje eu vô beber só cachaça purque onti eu bebi demais...!

*****

"Beber muito demais da conta é antes de tudo um ato de fé, fé de que a ressaca vai ser de matar!" (Chico Litro)

*****

- Chico,vamu lá no bar da Penha, tá todo mundo lá...
- O Zé da Viola tá lá?
- Tá.
- Vixe!!

*****

- Cê viu aí esse negócio da delação premiada, Chico Litro?
- Vi não, mas se um prêmio desse fosse comigo eu comprava todinho de cachaça...!

*****

- Rapaz, tô pensando em largar a Santinha pra ficá cum a Mundinha...
- Mas pur quê, Chico Litro? Tu num gosta mais da Santinha não?
- Gostá eu gosto... Mas é que o pai da Mundinha é dono de um bar...

*****

- Que cara é essa, Chico Litro?
- É que cortaram a conta do meu celular...
- Que celular, homi? E tu lá tem porra de celular, vagabundo?
- Foi o Toim do bar... Cortou meu fiado e num vô pudê levar um celular pru estádio.... snif, snif...

*****

- Bom dia! Vejo que o senhor está com uma receita em mãos para uns óculos... Vamos escolher um modelo bem bacana... Como é mesmo o seu nome?
- Chico Litro!
- Ah, seu Chico... e esses óculos são para longe ou para perto?
- É PRA LONGE, MINHA FILHA! EU MORO LÁ NO ARATURI, VIZINHO AO BAR DO TOINHO!

*****

- Chega Dona Santinha, Seu Chico caiu na calçada!
- Caiu não, esse fí d'uma égua fez foi capotar! Quando ele ficar bom ele se alevanta sozinho...
- Mas Dona Santinha, Seu Chico Litro caiu e quebrou a garrafa!
- Valha me Deusu! Chega, esse mininu, corre lá que o negócio é serio!!

*****

- CHICO LITRO, SEGURA SAPORRA AÍ, CARÁI! GUENTA MACHO!
- Num dá não...! As pernas tão tremendo... Num tomei nada ainda hoje...

*****

- Chico Litro, tu vai ali na bodega pra mim? Tô precisando de dois coco seco pra rapá.
- Eu não. Tô tão cansado...
- Se eu te der um trocado pra você tomar uma tu vai?
- Ave Maria, essa mulher faz de tudo pra me tirar do fundo rede... Tá bom, eu vou... Eu vou...

*****

- Chico Litro, hoje eu fiz um cumê especial pra tu que aprendi cum minha patroa, fricassé de frango...
- Isso serve pra comê cum cachaça?

*****

- Ei, purquié que te chamam de Chico Litro?
- Purque eu acho esse negócio de meiota a maior páia, ó!

*****

- Tu morre de beber, Chico Litro! Vai te aquietar... Arruma um trabalho, homi! Te ajeita!
- Tu tá é cum inveja d'eu...

*****

- Chico Litro, vai em casa, toma um banho e veste uma roupa limpa pra gente ir no velório do cumpade Sebastião. Depois a gente volta pra cá pra tomar mais umas.
- E eu tenho mermo que tomar banho?

*****

- Pronde tú vai uma hora dessa, Chico Litro?
- Vou pru bar tomar umas...
- De novo?
- Com uma crise dessa, mulher, tu qué qu’eu faça o quê?

*****

- Andou bebendo de novo, homi?
- Não, andei bebendo não!
- Ah, não é? E por que que cê tá melado desse jeito, heim, seu fí duma quenga?
- Eu bebi, mas foi sentado... Eu tava era sentado... Bebi sentado traçando um sarrabúi lá no bar do Toinho... Foi senta...
- SPLAASHHH!!

*****

- Ô calor lascado!
- Tu qué uma limonada, homi?
- Limonada...? Tem uma cachacinha, não?

*****

- Vixe! Pronde tu vai, bãim tomado, barba feita, roupa limpa?
- Vou pru bar prosear com a negrada...
- AH, NÃO!!
- "Anão" pra mim é um homizinho desse tamainho... hahahaha...!
- SPLAAAASSSH!!

*****

- Ei, fí de rapariga, tu levou minha cajá!
- Cajá? Mas tava só o caroço...
- Inda dava pra tomar umas duas ou três roendo o caroço, seu baitinga...

*****

- Tem vergonha, homi! Tanta marmota que fez na vida, devia tá era pedindo perdão pelos seus pecados em vez de todo dia chegar em casa de manhã bêbado...
- E já é de manhã?
- Safado! Devia fazer como eu e se preparar para a vida no céu!
- Mulhé, e se num tiver céu, heim?

*****

- Tu vai beber tudo isso?
- Vou!
- Sozinho?
- É.
- E eu?
- Ah, sei não... Se vira, cara!

*****

- Tu vai?
- Sei não... Acho que num vô não, ó... É negócio de batizado, minha mulher falou que num vai ter birita, não...!

*****


NOTA DO AUTOR

Temos postado episódios de Chico Litro, personagem pitoresco e folclórico criado por mim,que aproveitei o apelido de um antigo colega de trabalho (mecânico).

Algumas poucas passagens são diálogos verídicos, ou tidos como tal, sendo a esmagadora maioria pura criação, portanto, qualquer semelhança como fatos reais é mera coincidência.

Vale ressaltar que a cachaça de alambique é hoje um produto nobre, cujo setor conta com pesados investimentos em tecnologia e qualidade, fazendo chegar ao consumidor cachaças bem elaborados, de qualidade superior e reconhecimento internacional.

Obviamente existem os rótulos de baixa qualidade, alguns até sem o devido registro nos órgãos competentes, produtos estes de baixo custo e de consumo mais popular. O comportamento de Chico Litro, de uma forma geral, é reprovável, embora enseje sorrisos discretos.

Altino Farias, em 14/04/2017

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Ainda são os Mesmos



12 de dezembro de 1981, eram colegas de trabalho e a paquera já vinha rolando quando houve o convite dele para irem juntos a uma reuniãozinha, como se falava à época, da sua turma da faculdade na casa de um colega. Ela topou!

Chegando lá, cenário legal: mesas e cadeiras em volta da piscina, uma salinha de som com ar condicionado, meia luz, almofadas pelo chão, um pequeno sofá e música boa. Perto da meia noite, o primeiro beijo ao som de Barry White. 

Daí a dois anos, casamento. Ele com vinte e dois, ela, vinte e um. Pouco mais de um ano e a primogênita veio ao mundo. Um ano e meio depois, o caçula. E a vida seguiu. 

Tanto ele quanto ela perderam o pai aos treze. Barra pesada. A educação e exemplo que até então tiveram seus pais estavam consolidados para sempre. Suas respectivas mães completaram a educação ao mesmo tempo em que tinham nesses filhos um valioso apoio. E Assim foi.

Primeiros tempos de casados, paixão e descobertas. Com a chegada dos filhos, ternura e preocupações com educação e saúde. Ao longo do tempo a correria do dia a dia da sobrevivência cuidou do necessário embrutecimento de seus corações. Agora, ambos com mais de cinquenta, muitas histórias, cicatrizes, derrotas e conquistas, chegou o tempo da delicadeza. Às vezes o mundo conspira contra, mas quem é o mundo diante de tanta força? 

Durante todo esse tempo viajaram por muitos lugares, todos maravilhosos, pois a maravilha não está em uma paisagem de cinema escolhida a dedo, e sim naquelas nas quais conseguimos emoldurar a felicidade, tanto que, às vezes, viajaram para muito longe sem que se deslocassem um centímetro sequer. E apreciaram essas paisagens, conheceram pessoas, beberam água e comeram pão. E caminharam. Muito! 

Todas as intempéries da vida não conseguiram modificá-los na essência de ser, fazendo-os, ao contrário, mais firmes e fortes em sua união, convicções morais e fé. Trinta e cinco anos depois eles ainda são os mesmos, e vivem como os seus pais. E com muita paixão!


Pedro Altino Farias, em 12/12/2016


ATENÇÃO: 
os textos deste blog estão protegidos pela lei nº 9.610 de 19/02/1998. Não copie, reproduza ou publique sem mencionar os devidos créditos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

No Mundo da Lua


Ah, o mundo da Lua... 

Lá não há o que temer. Como não existe oceano, também não tem lulas; e tucanos, nem pensar! Como os selenitas são um povo bem mais desenvolvido que nós, terráqueos, nada de polícia por lá. Nem federal, nem estadual e nem tampouco municipal. Ninguém privado de sua liberdade, imaginem!

Impostos? Hahahahaha! Já passaram por esta há milênios...!

Ocorre que esta semana houve verdadeira invasão de seus domínios. Pelo menos de privacidade. Anunciada com a maior Lua de não sei quantos anos, a humanidade se pôs a observá-la daqui pra lá. E o que viram? Ah, ficou por conta da poesia e imaginário de cada um. Ou da vontade de postar uma boa foto no Facebook. 

Se um fiapo de luz, ou amarela, redonda e bela, a magia é a mesma, o que muda é o observador, a Lua de cada um. Se você não vive no mundo da Lua, de nada adianta observá-la.

Se sintonizado com a Lua, seus habitantes captam sua energia e a devolvem mais forte, mais presente, mais vibrante, acredite. 

Assim, em dias de nuvens, procure-a, dê-lhe um “boa noite” logo que consiga entrevê-la. Admire a nova, esse é o momento em que ela mais precisa de você. Crescente, acredite em sua promessa de ser grande. Cheia, momento de reflexão. Minguante, agradeça-lhe por todo o sentimento que fez brotar em você. E assim deveriam ser todos os dias.

Ah, infeliz de quem não vive no mundo da Lua...

Pedro Altino Farias, em 14/11/2106

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Não Precisa Ser Super


Nova, um fiapo de vida;
Crescente, uma promessa;
Cheia, tão óbvia quanto bela;
Minguante, missão cumprida.

Ao despontar, um sorriso;
Encoberta, um mistério;
Ao se por, uma lágrima.
Lua: sempre deslumbrante, sempre poema.

Pedro Altino Farias, em 14/11/16


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domingo, 23 de outubro de 2016

Bar do Seu Aírton - somente bares sem alma morrem



É um enorme prazer para a Embaixada da Cachaça receber os amigos, antigos frequentadores do Bar do Seu Aírton, que adotaram a casa como "nova sede" do bar. 

Tire o conforto de um bar e ele se mantém vivo.
Tire a boa comida de um bar e ele continua vivo.
Tire a cerveja gelada de um bar permanece vivo.
Cerrem-lhe as portas de um bar e, ainda ssim, ele continua vivo.

Somente bares sem alma morrem. O Bar do Seu Aírton fechou, mas continua vivo, e vcs são a prova disso.

Eu e o Pelos Bares da Vida compartilhamos essa alegria e amizade.


Pedro Altino Farias, em 23/10/2016

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terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Caça aos (seus) Pokémons

 


E aí, caçaram muitos Pokémons esta semana? Conseguiram subir de nível?

Fazendo um paralelo da vida real com a virtual, poderíamos dizer que os Pokémons são nossos fantasmas, sonhos, medos e esperanças. Ao derrotar um medo, o fantasma de um fracasso, fortalecemo-nos. Ao conquistar um sonho, também.

À alienação que a caça ao Pokémon gera, podemos associar nossa própria desorientação diante dos desafios e dificuldades dessa vida, tão difícil de ser vivida às vezes.

Muitas vezes os Pokémons estão em lugares de difícil acesso ou mesmo perigosos. Subir de nível está ligado diretamente a uma melhoria, um aperfeiçoamento. Ao caçar seus Pokémons, você os enfrenta e com isso, melhora, aprende, evolui, fortalece-se espiritualmente. 

Há pessoas que não veem Pokémons à sua volta. Acham que são demais e que nenhum Pokémon lhes espreita à esquina até que se deparam com um deles sem estarem devidamente preparados e ficam sem ação, sem saber o que fazer. Assim fica mais difícil subir de nível, ou o nível...

Vou eu aqui com meus Pokémons, uns fraquinhos, outros mais fornidos, mas saber que eles existem e que podemos lidar com eles de boa me conforta e estimula a seguir em frente na linha da vida, e quem não tem Pokémons no seu caminho que atire a primeira pedra! 

Vixe!! Agora eu viajei, ó...!


Pedro Altino Farias, em 08/08/2016


domingo, 24 de julho de 2016

O Estranho que Emitia Ruídos


Parecia inofensivo ao balcão do bar. Tomava alguma coisa de forma pausada, metódica e ritmada. Roupas escuras e ar circunspecto completavam sua aparência observada por outro bebedor balconista, que ansiava por um bom papo, por isso prestara atenção naquele estranho.

Antes que se aproximasse dele, porém, o estranho sacou um pequeno aparelho do bolso do casaco. Não se tratava de um celular, nem rádio ou gravador, mas, com a boca próxima a ele, parecia comunicar-se com alguém. Curioso, nosso bebedor aproximou-se discretamente do estranho, constatando que ele pronunciava ruídos ao invés de palavras, fosse de que idioma fosse. Ruídos ininteligíveis!

Intrigou-se com aquilo. Tomou mais um trago. Agora o estranho calara-se. Outra dose, a conta e foi embora, tentado esquecer o que presenciara. Tarde demais!

Sentiu-se perseguido a partir de então. Vigiado. Recebeu mensagens de áudio pelo celular. Ruídos, apenas. Semelhantes aos que ouvira sair da boca do estranho. Intrigado, levou o aparelho a um amigo especialista em sons. Ondas sonoras analisadas cuidadosamente por computador, somente ruídos sem forma ou sentido.

Abordado na rua por outro estranho, foi conduzido a um pequeno apartamento no centro da cidade. Inexplicavelmente ele deixou-se ser levado sem questionamentos. Dissidências existem em todo lugar, em todas as situações, então, na condição do mais absoluto sigilo, o estranho, deixando a linguagem de ruídos de lado, contou-lhe segredos dos seus pares, que culminariam com o domínio do planeta Terra e sua total transformação, com a qual não mais seria possível a sobrevivência humana. Quem eram estes seres? Ah, isto não lhe foi revelado.

A ideia consistia, inicialmente, na destruição de todas as fontes de geração de energia através de dispositivos desconhecidos dos humanos, mas que foram explicados ao nosso inocente bebedor de balcão, bem como o plano completo do dissidente para evitar que tal catástrofe dizimasse a raça humana da Terra. Sentiu o peso de toda a humanidade em seus ombros. Teria de agir sozinho e em segredo para obter êxito, era a condição. “Por que eu? Só queria tomar mais duas ou três doses e um bom papo... tá certo, tá certo... umas seis ou oito, que fossem, mas só isso...”. Agora ele tinha a obrigação de salvar o planeta. E sozinho!

Os dias que se seguiram foram de apreensão. Cada tarefa ditada pelo estranho dissidente, um prazo a cumprir. “Será que realmente ele é ‘do bem’, conforme disse? Ou está me usando como ferramenta para fuder tudo?”, questionava-se. Sem alternativas, uma passada no bar para duas ou três doses todo dia tornou-se absolutamente necessária tamanha a tensão que passara a viver. 

O dia “D” chegara. Tarefas esdrúxulas a cumprir, prazos exíguos. Esforço redobrado, um esforço por toda a humanidade. Trabalhos encerrados conforme o exigido pelo estranho que emitia ruídos, tudo continuou exatamente como d’antes. Dera certo, enfim! Chegou em casa exausto. Um gole de bebida forte e jogou-se na cama. Dormiu o sono dos justos. Ele acabara de salvar o mundo, mas ninguém sabia, e jamais saberia! Nem mesmo o pessoal do bar...


Pedro Altino Farias, em 24/07/2016
ATENÇÃO:
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Orelhas Brancas


Tinha de viajar a lugar distante e desconhecido por conta do trabalho. E assim o fez. Antes, porém, os preparativos de praxe: antecipação do pagamento de contas, reorganização da agenda, recomendações domésticas.

Chegando ao destino, estranhou tudo. A estética contrariava a lógica, com construções angulosamente obtusas, recortadas, aparentemente antifuncionais. Veículos também seguiam a mesma tendência, com formas inusitadas, feias, desarmônicas. O desenho das ruas e tráfego de pessoas e automóveis, um caos.

Ao chegar ao hotel recebeu a recomendação de que deveria adquirir certo produto para ser adicionado à água do banho. Acondicionado num balde de dezoito litros, era uma espécie de geléia, que ele questionou ser mesmo necessário.

- Para que serve isso? Não é muito? Vou ficar pouco tempo..., perguntou à pessoa que o recepcionara.

- Suas orelhas já estão brancas, já reparou?, respondeu o habitante do lugar. 

- Orelhas brancas? Mas o que é isso? O que acontece aqui?, inqueriu constatando que suas orelhas, de fato, estavam embranquecidas.

- É por causa do cigarro, respondeu seu interlocutor.

- Cigarro? Mas eu nem fumo...

- E nem precisa, toda a fumaça de cigarro do mundo vem para cá e aqui se acumula, não sabia? Por isso usamos essa geleia para limpeza do corpo, senão...

- Meu Deus, aonde eu vim parar!

Horrorizado, tomou o primeiro banho esfregando freneticamente a pele com a geleia do balde. Estava confuso, quase desesperado. Tudo à sua volta parecia estar em completa desarmonia estética, estrutural, funcional e mais o que fosse.

O negócio que fora resolver não dera certo e a volta deveria ser abreviada. Alívio! Mas não havia voos para sair dali antes de cinco dias. Desespero! E as orelhas embranquecendo, embranquecendo...

Confuso, tentou, em vão, contato com os seus para avisar o que ocorria. Não obteve êxito. Conexões telefônicas e internéticas em pane. Aos poucos começou a sentir o corpo indolente, depois, inerte... E nunca mais se soube dele. 


Pedro Altino Farias, em 24/07/2016

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terça-feira, 12 de julho de 2016

Xi... Nim!

Não faz tanto tempo assim, nossas ruas e avenidas eram arborizadas com flamboyants, acácias, ipês, algarobas, paus brasil, benjamins, jambos, castanholas e outras mais.

 


Cada uma com sua característica, estas árvores acolhem pássaros e insetos, proporcionam boa sombra, embelezam. De uns tempos para cá, porém, só se vê mudas de nim nas ruas. Um praga!


Oriundo da Índia, de copa leve e fechada, cresce rapidamente e dá uma boa e gostosa sombra, tão bem vinda por estas bandas. Mas o nim se encera por aí, nem frutos, nem flores, nem beleza. Com a massificação da arborização da cidade com nins, a paisagem vai se repetindo monotonamente. Por isso, quando vejo uma nova muda numa calçada exclamo comigo mesmo em silêncio: “Xi... Nim...!”.


Pedro Altino Farias, em 02/07/2016

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domingo, 24 de abril de 2016

Bem que ele poderia...



Bem que ele poderia ainda estar por aqui com suas brincadeiras, tiradas geniais e ideias fantásticas.

Será que ele enfim encontraria o tempo, já que sempre viveu anos e anos à frente dele, ou teria continuado caminhando de forma que estaria muito além dos dias de hoje?

No início dos anos 70 falava na importância do lazer, quando lazer era sinônimo de fazer nada; em criar um parque urbano que compreenderia uma área das dunas do Mucuripe até o Cocó, quando a especulação imobiliária falava (falava?) mais alto que um bom plano para a cidade. Dizia que quando se aposentasse compraria um carro de luxo para ser motorista de táxi para turistas, quando Fortaleza era apenas um ponto embaçado no mapa. "A vocação do Ceará é o turismo", vaticinava ele. Assuntos impensáveis à época.

Com um pé no universo, outro no “universo Brasil” (sim, o Brasil é um universo), celebrava com entusiasmo de um colegial Chaplin e Oscarito, Beethoven e Vila Lobos, Tolstói e Lobato. 

Tinha a certeza da grandeza da família, da importância fundamental da educação e da ética como essência para uma vida social e profissional saudável.

Visionário, dentro de sua área profissional criou novos conceitos e participou ativa e pioneiramente da formação de entidades de interesse de sua classe quando eram, ele e os outros, apenas oito em todo o Ceará.

É... Bem que ele poderia ainda estar por aqui. Se não mais atuante como naqueles dias devido à ação de seu próprio tempo, pelo menos observando o mundo e passando seu pensamento adiante. Por certo serviria a alguém, quem quer que fosse esse alguém.

Poderia estar, mas se foi cedo, aos quarente sete. Como estava muito à frente, mesmo em tempo exíguo deixou legado denso, sólido, que o próprio tempo levará outros tantos para apagar.

José Armando Farias, arquiteto, 23-04-1927 / 16-07-1974


Pedro Altino Farias, em 23/04/2016



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segunda-feira, 21 de março de 2016

A Sorte




Zombou da ciência

Viveu a morte

Sorriu da sapiência

Correu da sorte



Roeu a paciência

Moeu a sorte

Caiu na sonolência

Morreu sem norte


Pedro Altino Farias, em 21/03/2016

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ela (She)


Simples, sincera, elegante
Contida e valente, tudo na hora certa
Gestos pausados, pouco falante
Tranquila, para novas ideias aberta


Mãe dedicada, esposa companheira
Nossa Senhora, sua protetora
Mulher disposta e trabalhadeira
Aconselha certo, parece professora


Para a sogra, é filha
Para a filha, é amiga
Para náufragos, uma ilha
Forte, não tem diga


O filho, mais um presente;
Genro e nora no coração;
Irmã participativa e consciente;
Todos seus dias, uma forte oração.


Ao meu lado faça Sol ou faça frio;
Que mais querer da vida senão sua companhia?
Com ela eu choro, eu rio;
Sem ela comigo não sei como seria.



Pedro Altino Farias, em 16/02/2016

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Meus Pre Carnavais


A ideia inicial era fazer uma exposição de camisas de pre carnavais dos quais participei desde 2001. A operação se mostrou complicada e trabalhosa, então, resolvi usar essas camisas por ordem cronológica (por esse motivo apareço em todas as fotos) e fazer postagens no Facebook com fotos acompanhadas de breve histórico. Agora, reproduzirei aqui um resumo dessas publicações como um registro desses quinze anos de folia.


2001


Começamos com o ano de 2001. Naquela época surgiu o Fortal, micareta embalada por axés baianos, bem na moda naqueles tempos. A confraria da qual faço parte, a Turma da Esquina (AEPC), que se reunia na esquina das ruas Paula Ney com Vicente Leite, na Aldeota (Fortaleza) decidiu fazer um carnaval fora de época no mesmo fim de semana do Fortal com músicas tradicionais do carnaval em contraponto ao axé baiano. Estávamos na era FHC e um grande apagão atingiu todo o país. Este foi o mote para nossa camisa com a frase “Não apague a alegria, preserve o carnaval tradicional!”. Na camisa, uma ilustração lembrando a bandeira nacional com a silhueta de uma mulher ao centro. Um detalhe na imagem fazia as vezes de filamento de uma lâmpada. 



2002


Seguindo a cronologia das camisas de pre carnaval de minha coleção, em 2002 a Rede Globo exibia com grande sucesso a novela "O Clone". A AEPC, dentro do espírito do carnaval tradicional colocou em sua camisa a inscrição: "Não clone a folia, preserve o carnaval tradicional!". Na estampa, uma molécula de DNA estilizada na forma da silhueta de uma foliã. A micareta Esquina foi um sucesso. Muito animado com amigos e seus familiares. E muita birita também... 



2003 


Seguia o ano de 2003. Em fins de julho, conforme calendário já consolidado, ocorria o Fortal, ainda com jeito de grande novidade. Com suas músicas baianas tocadas de cima de trios elétricos, faziam os tradicionalistas torcerem o nariz. AEPC (Esquina), mantendo o mesmo esquema dos anos anteriores lançou sua micareta-protesto com o lema: "Diga não às drogas, preserve o carnaval tradicional!". Na estampa da camisa, um trio elétrico, fazendo menção ao carnaval baiano, uma seringa representando as "drogas". No primeiro plano, uma placa de trânsito cortada na diagonal indicava a negativa. 



2004 


A partir deste ano abandonou-se a ideia da micareta, adotando o pre carnaval e como data para a folia, o último sábado antes do carnaval. O ano se iniciava e um incidente com um norte americano, que recusou-se a carimbar sua digital ao entrar no Brasil, provocou grande polêmica diplomática. Depois, como tudo por aqui, virou piada. A AEPC (Esquina) pegou o gancho e adotou o tema "Coloque sua impressão digital, identifique-se com o carnaval tradicional!". E assim foi o pre da AEPC no já longínquo ano de 2004. 


2005


O ano era 2005, início do governo Lula. A vedete da época era o "Programa Fome Zero", e a AEPC (turma da Esquina) não perdeu o mote lançando o tema "Vamos comer, gente!", completado com a mensagem "Preserve o carnaval tradicional". Na estampa, frutas com detalhes sugestivos. Naquele ano os organizadores (generais) ostentaram camisas pretas (as demais eram brancas). 


No neste ano, Altino e Gorette foram passar o carnaval em Ibiara, na Paraíba, na fazendo de tios dela, a Cosma, que reuniu primos e amigos e parentes em geral e formaram o CosmaFolia, animado bloco que curtiu os quatro dias de Momo. 



2007 


Damos um salto a 2007. Dom Eugenio Marcelo Coutinho era o então presidente da prestigiada AEPC, que saiu com o tema "Cabeça quente, caspa vira mandiopã", ou seja, não esquente e caia na folia. Um sapo ilustra a figura, pois a logo da AEPC é um batráquio com o lema "Chega de engolir sapo!". Não, não tentem entender. Não é para entender mesmo... 



2008 


Casos de febre amarela surgiram aqui e acolá, causando pânico geral. Na camisa da AEPC, a frase: “Sapo verde não pega febre amarela!". O sapo, logo da entidade, sempre presente. 


2009 




Em 2009 Obama era a vedete nos EUA e a AEPC, sob a inspiração de dom Eugenio Marcelo Coutinho, aproveitou o gancho e apresentou um sapo negro com a inscrição: "Change: we need birita!". No verso, a relação de todos os presidentes da entidade até então. Ah, bons tempos aqueles... 


Também em 2009 aconteceu um pre no Cantinho do Frango, do amigo Caio Napoleão. A camisa trazia a frase "Caio na Gandaia" e a figura de um frango tomando todas.




Nas costas, a reprodução de um painel com caricaturas de frequentadores do lugar. Alan Morais, que participou de perto do evento, registrou um comentário no Facebook:

Turma boa, o Pelos Bares da Vida esta fazendo postagens de diversas fotos de camisas e nas legendas trazendo rápidos escritos que relatam a história contemporânea do carnaval de Fortaleza. Gostaria de destacar o CAIO NA GANDAIA por toda a relevância histórica das criações de Alex Holanda, Falcão, Chico Pio dentre outras figuras inoxidaveis da boêmia noite fortalezense. A camisa no verso traz um painel com artistas cearenses que por muitos anos permaneceu exposto no bar do homenageado Caio, do Cantinho do Frango. O áudio do Hino, uma marchinha composta por Alex Holanda em 2009 (o qual tive acesso hoje mas não sei postar aqui) é algo digno de constar em documentários de musica cearense nas pesquisas de Nirton, Pedro,Wagner...


2010


Em 2010 entrou em cena o bloco "Num ispaia sinão ienche", no bar da Dona Mocinha, capitaneado pelo incansável Dilson Pinheiro, e foi para lá que passamos a ir. Na bela camisa de 2010, uma máscara fazendo sinal de "PSSS!" como quem diz: num ispáia sinão ienche!

Também em 2010 ocorreu o 1° Bigode Folia, evento organizado com muito esmero pela Confraria Bigodeana, que tem entre seus membros os amigos Leonel, Ricardo Machado, Ricardo Meira, Eliézer Rodrigues, Coronel, Ananias, Bial, Fernando e mais outros tantos. O Bigode, uma figura ímpar nascido em Quixeramobim, tinha até há pouco um pequeno bar de mesmo nome no largo da praça principal da Cidade 2000, sendo o único bar de Fortaleza onde O FREGUÊS NUNCA TEM RAZÃO, conforme anunciava um letreiro na pequena fachada. Era lá que a confraria se reunia para altos papos e foi lá que nossa turma bebeu às quintas por muitos anos. Na camisa a frase "Minha fíiia...!", bem típica do Bigode.




2011



Última camisa de pre carnaval da AEPC, a do ano de 2011 trazia o já conhecido sapo e os dizeres "quanto mais chove, mais o sapo bebe", provavelmente em virtude das chuvas que caíam à época. Na parte de trás, a logo da AEPC com o sapo coroado e o lema da entidade: CHEGA DE ENGOLIR SAPO! A confecção desta camisa também foi resultado da participação ativa do amigo Roberto Paiva, assim como a de 2008. 


Nesta ano houve, também, o 2° Bigode Folia, mais um pre da Confraria Bigodeana que aconteceu no entorno da praça principal da Cidade 2000 (por trás da delegacia). 



A exemplo do ano anterior, excelente banda, muitos amigos e animação. A camisa trazia a frase "40 anos de alegria" em menção aos 40 anos da 2000, empreendimento imobiliário lançado em 1971.


2012


Estamos agora no carnaval de 2012. Altino & Gorette formaram boa turma para ir ao Carnaval da Saudade. O amigo Paulo Regis Assumpção integrou o casal aos Dragons, bloco carnavalesco de amigos que remonta ao início dos anos 70 do qual Paulo é um dos coordenadores. Na camisa, o simpático dragão, mascote do bloco. 



2013 


Mais saudade no carnaval de 2013. O dragão do bloco Dragons é do bem e está apaixonado pela princesinha de quem é seu fiel protetor, conforme podem ver na estampa da camisa criada para o evento por Paulo Regis Assumpção & Cia.



2014




Começamos nossa caminhada pelos pre carnavais da vida em 2001 e chegamos agora a 2014. O simpático dragãozinho do bloco Dragons entrou no clima de Copa do Mundo, deixou a princesinha de lado, pegou umas cervas e foi a um estádio lotado de verde e amarelo. Ingênuo, nem imaginava, como tantos de nós, que um trágico 7 x 0 estaria por vir... Mas essa é outra história, e esse foi mais um carnaval que ficou na saudade...



2015 




Agora em 2015, o carismático dragãozinho do bloco Dragons voou com a princesinha feliz da vida até o espaço sideral para admirar o brilho das estrelas.


2016



Enfim, chegamos ao pre carnaval de 2016 depois de longa caminhada. Mais uma vez os Dragons participaram do Carnaval da Saudade com grande animação, fazendo seu mascote, o simpático dragãozinho que vocês já conhecem, acelerar o coração ao som de músicas tradicionais do carnaval. A filha da Chiquita Bacana adorou a festa...!

A última camisa de pre carnaval dessa nossa "exposição" é do bloco Nun Ispáia Sinão Ienche, do amigo Dílson Pinheiro, um dos destaques do pre de Fortaleza junto com Luxo da Aldeia e Sanatório Geral.




2017

Como estaremos em 2017? Como estará o nosso Brasil? O jeito é esperar até lá, vivendo um dia de cada vez, fazendo o melhor de si para um mundo mais justo e um carnaval mais feliz e menos violento.



Pedro Altino Farias, em 08/02/2016

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