quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Messejana, Mariana, Paris

                                              

Tragédia e catástrofe. Messejana, Mariana, Paris. Iguais em sofrimento e indignação, diferentes em suas causas.

A chacina de Messejana é resultado de uma conjuntura de Estado na qual a educação, a cultura e o direito nunca foram levados a sério. Uma educação de qualidade gera boas oportunidades de vida, a eficácia do judiciário disciplina a sociedade e a cultura a eleva como um todo.

A catástrofe de Mariana pode ter sido fruto de descaso, ganância, negligência ou pura irresponsabilidade, ou tudo junto e misturado, dos que deveriam ser responsáveis pela segurança da represa de rejeitos da mineradora. Como resultado, mananciais poluídos, cidades arrasadas, pessoas mortas e desabrigadas.

Paris. Atentados terroristas em vários pontos da cidade resultaram em destruição, mortos,  feridos e medo. Muito medo. Atentados terroristas, pela sua própria natureza, são atos covardes. No caso de Paris, o atentado, como outros, foi baseado num fundamento religioso (?) difícil de entender, e contou com um grande aparato logístico e apoio financeiro milionário. E consumiu muito tempo para seu planejamento.

Iguais em sofrimento e indignação, diferentes em suas causas.

A chacina de Messejana pode nominar os assassinos, mas jamais encontrará um culpado objetivo pelos dramas de nossa sociedade, que sofre de muitas mazelas desde sempre. Não houve uma ação especificamente planejada para esse desmantelamento da sociedade. Ela sempre existiu, disfarçada e dissimulada, mas sempre existiu.

A catástrofe de Mariana facilmente apontará os responsáveis pelo arrombamento da barragem, dificilmente conseguirá reparar os danos materiais e ecológicos. Para traumas psicológicos e mortes não haverá solução jamais. Nesse caso, não há um indivíduo que tenha provocado de forma deliberada o arrombamento da barragem. Houve uma sequencia de negligências e desrespeito a vidas. Inclusive por parte do Estado.

Diferentemente dos demais casos mencionados, os atentados de Paris foram movidos pelo ódio, essa é a grande diferença. Difícil se conseguir identificar claramente os idealizadores dos atentados, que contaram com um planejamento de alto nível e muitos dólares, deliberadamente, para fazer o que fizeram: matar, destruir e instalar o medo. A mensagem? Eles podem estar em qualquer lugar, fazer o que bem entenderem, matar quem quer que seja, a qualquer hora, destruir e espalhar o medo.

Messejana, degeneração da sociedade; Mariana, ganância e irresponsabilidade; Paris, ódio, ódio e ódio. E ódio não há quem detenha.


Tragédia e catástrofe. Messejana, Mariana, Paris. Iguais em sofrimento e indignação, diferentes em suas causas.


Pedro Altino Farias, em 17/11/2015

ATENÇÃO:
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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Encontro de Arquitetos




Ocorreu sábado último, 24/10, um encontro informal de arquitetos amigos da família na residência do arquiteto e professor José Armando Farias, falecido em 1974.

O evento foi iniciativa dos irmãos Altino e Armando Farias, engenheiro civil e historiador, respectivamente, e cumpriu seu objetivo de apenas proporcionar bons momentos e boas conversas.

Compareceram os arquitetos:
- Artur Novaes, sobrinho de Armando Farias;
- Paulo Regis Assumpção, ex-aluno e amigo íntimo da família;
- Romeu Duarte, arquiteto e porfessor da UFC, amigo de Altino;
- Solange, arquiteta, professora da UFC, esposa de Romeu e amiga de Ana Luíza;
- Luciano Gumarães, também ex-aluno de Armando e casado com Tetê, filha de um grande amigo de Armando, Heitor Albuquerque;
- Ricardo Muratori e Altino se conhecem de longas datas. Além de reconhecidamente excelente arquiteto, Muratori é, também, fino cronista.

Destaque especial para a presença do arquiteto e professor Liberal de Castro, que foi colega e amigo pessoal de Armando Farias. Os dois participaram com os colegas Neudson Braga e Ivan Brito da estruturação do curso de arquitetura na fundação da Escola, que completa agora 50 anos, dentre inúmeros outros projetos.

Da famíla de José Armando estiveram presentes, além de Altino e Armando, a pedagoga e poetisa Concita Farias (viúva de Armando), a bibliotecária Ana Luíza (filha), Mariana Chaves (acadêmica de medicina, filha de Ana Luíza), Gorette Almeida (esposa de Altino), Altino José (engenheiro mecânico, filho de Altino), Ana Maria (arquiteta, filha de Altino) e Daniel Pessoa (engenheiro civil, genro de Altino).

Durante toda a tarde falou-se sobre a Fortaleza de ontem e de hoje, com suas mazelas, qualidades e possibilidades futuras; sobre a fundação da Escola de Arquitetura e sua histórias de bastidores, e sobre o trabalho de José Armando, dentre outros assuntos.

Todos visitaram o memorial com trabalhos, fotografias e objetos pessoais de José Armando, cuidadosamente organizado por seu filho Armando.

Para a família esta foi uma comemoração particular pelos 50 anos da Escola de Arquitetura da UFC. Fica aqui o agradecimento pelas presenças citadas, ao mesmo tempo que coloca o acervo existente disponível para eventuais consultas.

Na foto do grupo, Ana Maria, Luciano Guimarães, Tetê, Armando Farias, Paulo Régis, Romeu Duarte, Concita Farias, Liberal de Castro, Ana Luíza, Artur Novaes, Ricardo Muratori, Daniel Pessoa, Altino José, Gorette Almeida, Mariana Chaves e Altino Farias.






Minhas Viagens à Lua


Ninguém sabe, mas já fui à Lua várias vezes. Sempre que vou, fico por lá muito tempo, embora não tenha ideia de quanto.

Ao contrário do que se pensa, a Lua é povoada. Não por lunáticos, isso, não. Mas por sonhadores.

Para quem tem esse poder, a viagem à Lua é instantânea, e o tempo que nela permanecemos não conta aqui na Terra. Assim, podemos ir, ficar por lá o tempo que quisermos e, ao voltarmos, ninguém terá sentido nossa ausência. 

Imensas crateras, grandes avenidas, uma brisa gostosa, um silêncio musicalmente suave e a vista deslumbrante da saudosa Terra. Ah, coitada Terra...!


Pedro Altino Farias, em 26/10/2015
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