Cerveja, cachaça, uísque, lança perfume, paqueras e muita brincadeira. Pela manhã, praia; à tarde, corso na cidade e à noite, baile no clube. Assim era o carnaval no Aracati, Ceará, no início dos anos 80. Uma turma de amigos, todos jovens e solteiros, instalou-se numa casa na praia de Majorlândia e começou a folia.
Noite de domingo de carnaval, depois de já terem curtido todo o sábado e cumprido com louvor as duas primeiras etapas daquele dia, circulavam pelo clube com desenvoltura, instalando-se numa mesa à beira do salão. Uísque e cerveja e lança à mão, prontos para a caça.
Eis que o mais pintoso da turma é avistado de braços com uma das meninas mais feias de toda a festa (desculpem o politicamente incorreto, mas foi assim que aconteceu). Primeiro a turma ficou em choque vendo o amigo dar rodadas e rodadas no salão abraçado àquela moça. Depois começaram a mangar mesmo.
Todos estavam observando o flerte do pintoso, quando ele levou a moça para um canto e falou algo no ouvido dela que, incontinenti, deu-lhe um belo tapa na cara. Mas como? Tá com a mulher mais feia da festa e ainda leva um tapa na cara? Ficaram curiosos.
E lá vem o amigo pintoso de volta à base massageando o rosto e rindo. Todos querendo saber o porquê da agressão, primeiro ele tomou uma dose de tudo o que havia na mesa e deu uma cheirada no lança. Então, respirou fundo e contou o que acontecera.
Ao chama-la para conversar foram feitas as apresentações de praxe, então ele disse-lhe: “Pronto, agora que já nos conhecemos você já pode tirar máscara!”. E deu no que deu!
Pedro Altino Farias, em 09/02/2108