Olhava em volta, via somente o próprio umbigo. No máximo seu reflexo. Acreditava não haver mais alguém além dela. Nem uma água para aplacar a sede, nem uma sombra para aliviar o calor.
E lá estava ela, a dita "última Coca Cola do deserto". Comparável apenas ao "general da banda" e ao "rei da cocada preta". Tampinha intacta, geladíssima, única, necessária.
E se aproxima um forasteiro sedento, vagando por aquele deserto de dimensões universais. Avista a Coca Cola, a qual se mostrou indiferente, afinal, ela se achava coisa rara.
O forasteiro chega perto dela e... Passa em frente, rumo a uma fonte de águas límpidas e cristalinas, bem ali, atrás dela, da "ultima Coca Cola do deserto", onde palmeiras e arbustos formavam um verdejante oásis.
Pois é... A fonte estava bem ali, e só aquela Coca Cola não viu... Coitada!
Pedro Altino Farias, 20/04/17