Histórias de amigos da onça pelos bares da vida há ainda muitas e muitas. Mas para encerrar essa série, deixo vocês com...
Ô Remedinho Bom!
Cabeção é um senhor de setenta e poucos e ainda na ativa, percorrendo diariamente bares variados, frequentados por confrarias variadas, onde mantém papos igualmente variados, ou nem tanto.
Outro dia o coitado levou uma queda desastrada. Não, não bateu com a cabeça no chão, mas fraturou duas ou três costelas. Depois do acidente ele ficou uns dias de repouso, e foi voltando à sua rotina normal aos poucos.
Mesmo liberado para dar uns passeios, continuava sentido pontadas agudas sempre que respirava mais fundo. Espirrar e tossir, nem pensar.
Em pouco tempo já estava de volta à velha labuta, vertendo, ao invés das habituais doses de uísque ou copos de cerveja, vinho. Duas garrafas, em média... Mesmo sentido dores na região do tórax. E qualquer mau jeito... Áiiiii!
Então, os velhos amigos e parceiros de bar resolveram se cotizar para dar ao Cabeção um remédio que lhe livraria daquelas incômodas pontadas nas costelas. “É tiro e queda!”, afirmou um. “Ô remedinho bom!!”, exclamou outro. “Amanhã tu já vai tá bonzim!”, prometeu mais outro.
Depois de grande suspense, passaram a Cabeção um pequeno embrulho, que continha uma latinha. “Peraí, deixa eu botar meus óculos!”, pediu nosso amigo acidentado querendo saber, afinal, que remédio milagroso era aquele, mas... Ao desembrulhar o pacotinho, Cabeção deparou-se com uma latinha de... RAPÉ! Nesse momento todos caíram na gargalhada, tendo como “fundo musical” os impropérios bradados por Cabeção (@>*%”º**##@%><##!!!).
Mas o melhor de todas essas histórias, verídicas e das quais sou testemunha, é que nenhuma amizade ficou abalada, ninguém ficou puto por mais que cinco minutos, e todas acabaram em grande festa. Bons amigos, esses ”amigos da onça”...
Pedro Altino Farias, 31/06/2012
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